Lista de 171 mortos em SP traz 32 sem identificação
O Ministério Público de São Paulo divulgou uma lista com os registros de morte de 171 pessoas durante os ataques da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e a reação das forças de seguran&c
Publicado 01/06/2006 18:02
O Ministério Público de São Paulo divulgou uma lista com os registros de morte de 171 pessoas durante os ataques da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e a reação das forças de segurança do estado. O documento registra 131 civis mortos, dos quais 99 com os nomes e 32 ainda não identificados. Ou seja, não se sabe a identidade de um em cada cinco mortos. A lista traz também os nomes de 40 agentes públicos mortos: 23 policiais militares, seis agentes de segurança penitenciários, oito policiais civis e três guardas municipais.
Os documentos relativos aos ataques foram entregues pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) ao procurador-geral do MPE, Rodrigo Pinho, nos dias 25 e 26, após determinação judicial. O secretário Saulo de Castro Abreu Filho não concordou em divulgar os nomes das vítimas, antes do final das apurações. Ele alegou que isso poderia colocar em risco as famílias dos civis mortos ao associar indevidamente civis que não pertenciam ao PCC a criminosos que de fato atacaram os policiais. O secretário deixou a critério do Ministério Público publicar ou não uma lista com os nomes das vítimas.
As listas entregues pelo MPE à imprensa trazem informações importantes para o acompanhamento de apurações e inquéritos por parte das organizações de defesa dos direitos humanos. As listas dos civis mortos trazem o número da carteira de identidade (RG) dos já identificados e, de todos os demais, o dia e a hora da ocorrência, os números dos Boletins de Ocorrência das Polícia Civil e Militar, o número do Inquérito Policial e a identificação do Distrito Policial da Ocorrência.
As listas dos civis mortos a tiros foram separadas em três grupos, conforme a situação:
O Ministério Público usará os documentos que recebeu para acompanhar os inquéritos e para apurar se durante os conflitos houve excessos por parte dos policiais ao reagir aos ataques e nas ações preventivas. Para esse trabalho, conta também com os laudos dos médicos legistas, entregues pelo Instituto Médico Legal (IML) relativos a 132 pessoas mortas com armas de fogo e cujos corpos foram levados para o IML central da capital, além de relatório a respeito dos mesmos laudos entregues pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).