Gilda Almeida defende “linha classista” para o 9º Concut
Em artigo divulgado nesta quinta-feira (01/06), a secretária de Políticas Sociais da CUT, Gilda Almeida, apoiou a adoção de uma "linha classista" no 9º Congresso da Central Única dos Trabalhadores (Concut). Segundo Gilda
Publicado 01/06/2006 16:02
Por Gilda Almeida*
O país vive a forte polarização entre o avanço e o retrocesso. O resultado deste embate tende a deixar marcas indeléveis no futuro próximo. As forças progressistas buscam, à partir da experiência iniciada em 2002, traçar o caminho brasileiro do desenvolvimento soberano, com valorização do trabalho, distribuição de renda, democracia e mais direitos para o povo. Do outro lado, as forças conservadoras, representantes da elite que por séculos expoliou o país, querem voltar ao centro do poder para retomar a agenda da submissão ao estrangeiro, através da ALCA, do freio ao crescimento, dos entraves à participação popular e da regressão de direitos. Vivemos, portanto, uma disjuntiva política.
Num cenário como este cresce a importância do posicionamento dos movimentos sociais frente às eleições. A CUT, certamente uma das mais destacadas e combativas destas entidades, fará seu nono Congresso nos próximos dias e dará, a depender do resultado dos debates, contribuição relevante para esta definição, ajudando a forjar a unidade dos movimentos.
A Corrente Sindical Classista, com a autoridade política de quem nunca vacilou na defesa dos direitos dos trabalhadores, se coloca como protagonista nos debates do Congresso da CUT e pretende influir positivamente nos rumos da Central.
A CUT deve se engajar firmemente na luta contra o retrocesso, representado pela direita neoliberal, capitaneada pela união conservadora tucano-pefelista. Ao mesmo tempo, é dever da Central apresentar à sociedade uma plataforma dos trabalhadores, que contemple os avanços que pretendemos de um governo progressista e comprometido com o povo. Esta plataforma está expressa no Projeto Brasil, aprovado em plenária da Coordenação dos Movimentos Sociais, no Fórum Social Brasileiro. A agenda de mobilizações que marcará seu lançamento público será no dia 28 de junho.
Outro ponto que estará em debate no Congresso diz respeito à unidade da Central. Alguns setores, de maneira unilateral, baseados numa leitura política prenhe de sectarismo e estreiteza, saíram da CUT durante esta gestão. Fizeram o jogo de cena daqueles que se intitulam “puros”, a grita dos que se supõem donos da verdade e tomaram a atitude voluntarista de quem acredita em atalhos para a revolução. Dão bom auxílio à direita, pois pretendem dividir o movimento dos trabalhadores.
A Corrente Sindical Classista defende a CUT como instrumento importante da classe e para a classe. Por isso, combate o voluntarismo esquerdista de um lado e, de outro, rechaça posições que rebaixem a Central à mera correia de transmissão de governos ou partidos no movimento sindical. Entende sua unidade e fortalecimento como condições indispensáveis às conquistas e à construção do país soberano e do futuro socialista que almeijamos.
Para além das divergências, temos clareza que os inimigos de classe não são os que estão na Central, mas, sim, os artífices do retorno do projeto neoliberal. A CSC quer o debate aberto e franco e vai travar o bom combate. Por isso, com altivez, independência e coragem política, vamos apresentar ao Congresso da CUT a plataforma política e a candidatura classista de Wagner Gomes.
* Gilda Almeida, da CSC, é vice-presidente da CUT-SP e secretária nacional de Políticas Sociais da CUT