Bancários fazem mais um protesto contra demissões no Itaú
Dando prosseguimento à campanha contra as demissões e à falta de segurança no Itaú, o Sindicato dos Bancários do Rio realizou, no dia 25, um protesto em frente às agências Nilo Peçanha e Sete de Setembro. Ne
Publicado 31/05/2006 19:57 | Editado 04/03/2020 17:06
O Itaú teve novo lucro recorde no primeiro trimestre deste ano, atingindo R$1,460 bilhão, 28% maior que o apurado no mesmo período do ano passado. Apesar disso, vem mantendo uma política de demissões sumárias. Só de 1º de janeiro a 30 de abril deste ano, apenas na cidade do Rio de Janeiro, o corte atingiu 57 funcionários.
Esperteza
Além disso, para economizar com rescisões, o banco, só em maio, demitiu oito assistentes de gerência alegando falta grave por estorno de operações financeiras (PIC, seguros, Lis, etc.) de clientes que desistiram destes produtos. Os bancários, na verdade, são vítimas do Programa Agir, que impõe metas absurdas que devem ser alcançadas a qualquer preço. Além de causar a demissão sob alegação de justa causa, o Agir tem provocado doenças como síndrome do pânico e lesões por esforço repetitivo.
Não assinar demissão
A diretoria do Sindicato avisa que os protestos vão continuar e ser intensificados. Isto porque, apesar da insistência da entidade em negociar a revogação das demissões, inclusive estas em que o banco argumenta serem por justa causa, o Itaú se mantém intransigente.
Para os que estiverem neste último caso, a orientação é para que não assinem as cartas de demissão e, nos casos de afastamento pela inspetoria, não concordem com depoimentos verbais ou por escrito e procurem o Sindicato imediatamente. O banco não pode obrigar o funcionário a fazer qualquer relato ou obrigá-lo a permanecer em recinto fechado. Os inspetores não têm poder de polícia.
Agir é assédio moral
O Agir é um programa de metas do Itaú que vem adoecendo os bancários. É um autêntico assédio moral coletivo, com ameaças de perda do emprego a quem não alcançar as metas. É a pressão desumana para alcançar o lucro a qualquer preço, a ganância: quanto maior o lucro, maior será a meta.
A irresponsabilidade social do banco começa com a cobrança e termina com as demissões. Além disto, é cada vez maior o número de funcionários que se afastam com transtornos psicológicos, devido às pressões a que são submetidos diariamente. O Itaú adoece os funcionários também atingidos por lesões por esforço repetitivo e ainda nega a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), que garante uma série de direitos ao bancário para o tratamento.
Fonte: Sindicato dos Bancários do Rio