Aldo chama eleitor a “separar o joio do trigo” em outubro
Publicado 31/05/2006 16:46
"Na política o melhor caminho é separar o joio do trigo, partir do pressuposto de que, se há coisas erradas, deformações vícios e crimes que podem ser cometidos na esfera pública e na política, há também um grande número de pessoas sérias honradas de espírito público, que se dedicam aos interesses do país. A população na hora de votar tem que separar aquilo que na política tem interesse público daquilo que não tem", disse.
População pobre vai votar
O presidente da Câmara não acredita em um aumento do número de votos nulos ou em branco. Para ele, o eleitor vai votar em larga escala porque, no Brasil – “por ser um país injusto, desequilibrado e deformado” – a política ainda é uma esperança da população para resolver, pelo menos, parte dessas injustiças e deformações.
"Principalmente entre a população mais pobre haverá uma votação grande, se não em candidatos que possam ter sido acusados de alguma irregularidade, em outros que não sofreram este tipo de acusação", previu Aldo Rebelo.
O deputado informou que as investigações sobre o envolvimento de parlamentares na compra irregular de ambulâncias, investigada na operação Sanguessuga da Polícia Federal, prosseguem no Ministério Público. Segundo ele, toda vez que essas investigações confirmarem o envolvimento de deputados, a resposta será dada pela Câmara. "Sempre que o Ministério Público apontar o envolvimento de um deputado a Câmara vai adotar as medidas cabíveis", assegurou.
Aldo explicou porque a maioria dos líderes partidários foi contra a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o caso. "A maioria dos líderes foi favorável a que esta investigação começasse pelo Ministério Público, que já vinha dando curso a este trabalho há cerca de dois anos".
Reforma política à vista
Para o parlamentar, é possível que aspectos importantes da reforma política sejam votados pelo Congresso, como foi o caso da aprovação das medidas moralizadoras de campanha. Ele considera importante o voto em listas partidárias e o financiamento público de campanha. Na avaliação de Aldo, também a cláusula de barreira – pela qual os partidos têm de atingir 5% dos votos para ter existência parlamentar – vai excluir muitos partidos da vida institucional.
"Algumas dessas medidas podem ser votadas porque já foram aprovadas nas comissões permanentes e especiais da Câmara e guardam, se não um consenso, pelo menos uma opinião favorável da maioria".
"Tentar consertar os defeitos do país olhando para as instituições é como querer consertar a sombra de uma vara torta. A reforma que precisamos fazer nas instituições precisa ser acompanhada da reforma que o próprio país precisa sofrer. Enquanto formos um país desigual, injusto e desequilibrado, naturalmente, não tem instituição que vai funcionar perfeitamente nesta situação", disse.
Com informações
da Agência Brasil