Timor Leste: Gusmão assume poderes especiais

O presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, declarou hoje estado de emergência nacional no país e assumiu poderes especiais, o que lhe dá o controle do Exército e da Polícia. A decisão teria sido estipulada em conjunto com

A medida foi adotada após dois dias de sessões do Conselho de Estado do Timor Leste para buscar uma saída para a situação de violência e instabilidade que assola a antiga colônia portuguesa.

O estado de emergência nacional irá durar em princípio 30 dias, segundo o presidente, que voltou a apelar aos diferentes grupos armados que entreguem as armas para permitir o restabelecimento da normalidade. O Timor Leste solicitou na semana passada à Austrália, à Malásia, à Nova Zelândia e à Portugal que enviassem tropas ao país para ajudar a restabelecer a ordem, após vários dias de violência.

A demissão de 591 militares que protagonizavam um protesto trabalhista em março é considerada o estopim da atual situação. Após quatro séculos como colônia portuguesa, 24 anos de ocupação indonésia e três administrado pela ONU, o Timor Leste nasceu como um Estado soberano apenas em 20 de maio de 2002.

Apoio constitucional

Na última sexta-feira, o secretariado do Comitê Central do Partido Comunista Português (PCP) divulgou nota em que manifesta seu apoio ao envio de um contingente da Guarda Nacional Republicana (Exército português) para o país a pedido expresso e formal das instituições democráticas deste país: Governo, Presidência da República e Parlamento Nacional.

 

O partido avalia que a grave situação criada em Timor Leste é “expressão das dificuldades e contradições inerentes à construção de um novo Estado independente após tantos anos de colonialismo e ocupação estrangeira. Mas é também expressão de interferências externas visando condicionar a livre opção do povo timorense e de reconhecidas ambições relacionadas com os recursos petrolíferos” do país, “como é manifestamente o caso da Austrália, que no passado chegou a ponto de reconhecer a jurisdição da Indonésia ocupante”.

Da Redação
Com agências