Na semana passada, o Presidente se destacou na defesa da estabilidade da economia, diante de um mercado financeiro embalado pelas turbulências externas, está convicto de que a hipótese de vitória no primeiro turno não é apenas um dado de pesquisa eleitoral. Ele aposta nos êxitos do governo e, esta semana, terá mais um motivo para comemoração: a divulgação do crescimento do PIB no primeiro trimestre, confirmando as expectativas de um ano eleitoral com crescimento econômico. O consumo e a produção industrial estão em níveis elevados.
Um ministro que freqüenta assiduamente o gabinete de Lula, disse, segundo a Agência Estado, que somente "um desastre na economia" poderá criar dificuldades à reeleição. "A economia vai bem. Os problemas da semana passada mostraram que o País sabe responder às ameaças de crise. Mas é melhor que o cenário não se deteriore", na avaliação de fonte do Planalto.
Nesse sentido, a turbulência dos mercados e a fuga de investidores, semana passada, assustou. Mostrou que, em economia, não existe a estabilidade perfeita e tampouco definitiva. Lula saiu em campo, assumiu o comando da área econômica e demonstrou a compreensão da importância de defender assuntos tão áridos como controle de gasto, aumento de superávit e preservação da política cambial.
A percepção de que a volatilidade dos mercados pode por em risco os planos políticos permitirá que a reunião do Copom, esta semana, aconteça cercada por um menor nível de tensão entre governo e o Banco Central (BC). A expectativa é que os diretores do BC mantenham o ritmo de queda da taxa Selic.
Em ritmo de Copa
No Congresso Nacional, o ritmo dos trabalhos legislativos deve se manter lento, em função da proximidade das convenções partidárias e da Copa do Mundo. Na Câmara dos Deputados, será preciso um acordo político entre os líderes dos partidos de oposição e do governo para fazer andar a pauta de votação que está trancada por Medidas Provisórias (MPs) há mais de dois meses.
O Conselho de Ética da Câmara deve ouvir, na quarta-feira (31), o deputado José Janene (PP-PR), o último dos acusados em receber "mensalão" que ainda não foi julgado. Ele concordou em comparecer ao Conselho acompanhado de dois médicos. Ele alega problemas graves de saúde e quer se aposentar. O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) indicou dois médicos da Câmara para acompanharem o depoimento.
Dificilmente será instalada a CPI para apurar as irregularidades no Orçamento, denunciadas pela Operação Sanguessuga da Polícia Federal. Na semana passada, os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo, e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiram suspender as investigações até que o Ministério Público conclua os processos.
E já esta semana, estão sendo esperados os primeiros dossiês produzidos pela Procuradoria Geral da República sobre envolvimento de deputados no esquema de venda de ambulâncias superfaturadas. Neste primeiro grupo devem ser citados os casos mais graves, como o do deputado Nilton Capixaba (PTB-RO), que nos documentos apreendidos pela PF, tem seu nome associado a dezenas de repasses de dinheiro que, somados, chegam a pelo menos R$437 mil.
No Senado, a pauta do plenário também está trancada por MPs e a CPI dos Bingos segue ouvindo depoimentos, apesar do relator, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), já estar concluindo seu relatório final, que deve ser apresentado no dia 7 de junho, antes do início da Copa do Mundo. Não está descartada a possibilidade da CPI sugerir a oficialização dos Bingos, defendendo uma legislação que defina "as regras do jogo" ou mesmo utilizando o recurso de uma consulta à população, a exemplo do que aconteceu com o referendo sobre uso de armas.
TV Digital
A escolha do modelo de TV Digital vai estar nas discussões desta semana em Brasília. O Comitê de Desenvolvimento da TV Digital, formado por nove ministros, apresenta ao presidente Lula uma minuta do projeto com diretrizes para a implantação da TV digital no Brasil. Esse decreto deve trazer o padrão tecnológico escolhido pelo governo e diretrizes para a transição do modelo analógico para o digital.
Apesar de existir fortes indícios de que o governo escolherá o padrão japonês, na quarta-feira, o presidente Lula deve receber o presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, numa demonstração de que os europeus ainda estão dispostos a interferir no processo de escolha do padrão digital.
Com agências