Lançada na Internet a 2ª edição do livro Questões de Partido
Versão eletrônica da segunda edição de Questões de Partido – Atualidade do partido leninista no Brasil é lançada na página do Partido Vivo. “Este livro é a consolidação dessa
Publicado 29/05/2006 20:22
Está sendo lançando a segunda edição, agora eletrônica, do livro Questões de Partido – Atualidade do partido leninista no Brasil, organizado por Walter Sorrentino, secretário nacional de organização do PCdoB. A versão possibilitará que militantes do partido consigam ler a publicação em formato PDF e ainda baixar o arquivo para impressão. O programa usado facilitará a pesquisa interna, de maneira que seja possível explorar o livro de forma detalhada. A primeira edição, que se encontra esgotada, foi atualizada e o resultado da nova versão é um livro que se propõe a tratar da renovação de concepções e práticas do partido com base no novo estatuto, atendendo à funcionalidade da luta política em nosso país.
“Este livro é a consolidação dessa nova compreensão de partido renovado que buscamos implementar e serve como um instrumento que prepara a militância para essa jornada”, disse Walter Sorrentino. Para ele, esse processo se relaciona com o momento em que o país vive e com a necessidade de se debater a questão nacional. “Damos prosseguimento ao trabalho que visa abrir caminhos para o socialismo no país, mas compreendemos que esta é uma luta dentro das características nacionais, com a cara e o jeito do Brasil, e conseqüentemente o partido precisa refletir isso em sua vida interna”.
Nos anos de gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PCdoB ampliou sua influência política e cresceu como legenda. Neste sentido, uma das questões que o livro aborda é o aproveitamento desta nova fase, aberta com a eleição de Lula, para consolidar o partido e reforçar sua militância. “O partido era pequeno e precisava se fortalecer. O PCdoB soube aproveitar os novos tempos de renovação política do país, mas precisa dar novos passos no sentido de se firmar como um partido comunista forte”, explica Sorrentino. Para ele, uma maior inserção do partido depende de seu fortalecimento, sua consolidação e da renovação de suas concepções e práticas. “Com este livro, colocamos essa tarefa nas mãos de cada um de nossos militantes e dirigentes”.
Eixos de investigação
Com uma linguagem acessível a todos os níveis de militância do PCdoB, a publicação mistura dois tipos de texto. Na primeira parte, “Um partido comunista de massas”, está uma seleção de artigos que são testemunhas de seu tempo e que guardam um caráter de crônica, onde prevalecem temas da política de organização, como parte do esforço de renovação do pensamento e prática de partido. Na segunda parte do livro estão artigos de maior profundidade, de caráter teórico-ideológico, que buscam marcar a trajetória de reflexão sobre partido desde o 8º Congresso, em 1992. Além de artigos assinados por Sorrentino, que sustentam a primeira parte, estão contribuições do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, de João Amazonas, Loreta Valadares, José Carlos Ruy. Augusto Buonicore, José Reinaldo Carvalho e Jô Moraes.
“Trata-se de um livro sobretudo dirigido ao militante, mas também indispensável para os dirigentes porque ali estão os fundamentos de um partido moderno e numeroso. O centralismo democrático, um dos aspectos tratados no livro, é reforçado como fator fundamental para a institucionalidade da vida democrática do partido”, diz Sorrentino.
Outro eixo abordado é o caráter da militância e das organizações de base na atualidade, de maneira que o PCdoB construa maneiras de se trabalhar com perfis diferenciados, moldados pela realidade brasileira, deixando de lado modelos idealizados. Segundo Sorrentino, “o partido precisa saber aproveitar o potencial de cada militante e de cada OB, que podem ser tão variadas como é variado o nosso país, em nossas múltiplas camadas e regiões”.
Por fim, a publicação enfoca a necessidade de implantação de mecanismos horizontais da vida partidária. “Não devemos nos restringir apenas às organizações de base e aos e comitês. É preciso também constituir instâncias horizontais, que possibilitem o enriquecimento do debate teórico e político por parte da militância, aproveitando o potencial de gente preparada em determinadas áreas”. O dirigente comunista salienta que o PCdoB amadureceu e já não precisa mais copiar experiências vividas em outros países. “Não há modelo único de socialismo, assim como não existe um modelo único organizativo de partido. É caminhando que vamos compreendendo melhor como essa organização reflete a vida de nosso povo, de nossos trabalhadores em diferentes regiões do país. Acho que esse é um trunfo do PCdoB: não estamos copiando um modelo; estamos buscando a nossa originalidade dentro deste caldeirão chamado Brasil”.
Pé na realidade
Estruturar o partido de maneira afinada com a realidade brasileira exige participação intensa da militância tanto na vida interna do partido quanto no debate da política nacional. O projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalhador e distribuição de renda é hoje uma das principais bandeiras do PCdoB, assunto também tratado no livro Questões de Partido. “O projeto estratégico dos comunistas é o socialismo. E hoje, abrir caminho para esta perspectiva passa pela luta em torno da questão nacional, ou seja, a busca de um projeto renovado que abra caminho para que o país se afirme soberanamente, com democracia e progresso social. Nossa luta por este projeto é que indica nosso apoio a Lula”, disse Sorrentino.
Para o dirigente comunista, Lula é o “melhor intérprete do caráter e da alma do povo brasileiro”. “Vejo o presidente como uma liderança capaz de abrir caminho para este projeto, embora o seu governo não possa ser chamado de um governo de esquerda. Mas, no atual cenário nacional, é preciso uma ampla coalizão que possibilite a implantação de um governo democrático”, ressalva.
Segundo Sorrentino, a segunda edição do livro é uma contribuição para o aprofundamento do debate acerca do compromisso com o socialismo . “Somos um partido de esquerda e nos orgulhamos de nossa herança. Vamos reforçar essa identidade porque a implantação do socialismo é uma tarefa civilizatória para a humanidade”.
De São Paulo,
Priscila Lobregatte