Cesar Maia promete encerrar críticas à campanha de Alckmin

O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL-RJ), que se reuniu hoje com José Jorge, disse que seguirá as determinações do conselho político formado pelo PFL e PSDB para tentar conter as críticas públicas à campanha de Geraldo

O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), disse hoje que está disposto a suspender as críticas à coordenação da campanha do tucano Geraldo Alckmin à Presidência. A mudança de posição foi anunciada logo depois de um encontro com o senador José Jorge (PFL-PE), pré-candidato a vice na chapa de Alckmin.

Perguntado se iria encerrar a polêmica em torno do rumo tomado pela campanha de Alckmin, Maia respondeu que havia tomado essa decisão "há mais ou menos uma hora e meia".

Ele atrelou sua decisão à criação do conselho político, constituído para aparar as arestas entre PFL e PSDB sobre a campanha de Alckmin. "No PFL, quando a sua direção, seja partidária ou coligadamente, estabelece uma linha de atuação, todos podem discordar, mas deixam de fazer parte integrante do corpo decisório do PFL. Então, o conselho político, estando presente, tomando uma decisão, todos nós dirigentes do PFL estaremos absolutamente disciplinados por ele. Sem exceção", disse Maia.

O prefeito negou que houvesse derrotados ou vencidos na divergência entre ele e o presidente do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE). Os dois trocaram farpas pela mídia e defenderam posições divergentes sobre os rumos da campanha de Alckmin. "Essa é uma polêmica que se dá na mídia impressa e tem uma repercussão muito menor do que se estivesse na televisão. Então não há esse impacto que se imagina [na campanha de Alckmin]."

Ele admitiu também que a primeira decisão do conselho político foi acabar com a polêmica pública. "[A divergência] não é desejável. Ela está interrompida, e não há vencedores nem derrotados. Há uma decisão política, que é uma primeira chamada do conselho político para que nesse ponto específico não se estimule essa polêmica."

Mudança

Apesar de prometer encerrar a polêmica, Maia defendeu mudanças no rumo da campanha tucana. "A campanha será formatada. Mas só para entender essa questão de primeiro e segundo turno. É uma coisa tautológica. Você tem que fazer o candidato crescer e passar para a frente. Segundo turno é uma conseqüência."

Segundo ele, a campanha deve levar em conta as diferenças de cada região do país. "É preciso neste país continental que a percepção daqueles com quem você não está conversando todos os dias seja otimista. Se disser que eu estou a 20 pontos de quem está na frente, você cria uma meta que é perfeitamente alcançável, que é entendível, é percebida pelo vereador local, pelo líder local. É uma questão de motivação da campanha. E que não está acontecendo."

Maia disse que essa "não é uma idéia tecnocrata". Faz parte da política de comunicação. A comunicação da campanha é estimular o eleitor e os nossos [líderes] a acreditar na candidatura, votar e pedir voto. É um elemento de motivação, de estimulo. O desafio colocado para uma campanha eleitoral tem que ser um desafio percebido como factível para gerar estimulo nos agentes da campanha, naqueles que vão pedir voto, vão falar, vão dar entrevista."

Para Maia, o PT está ganhando até agora a disputa da comunicação com o eleitorado. "Foi um programa classudo, bem feito. O programa teve tema básico: a educação. Eles escolheram um tema que é positivo para o governo."

Fonte: Folha Online