Petrobras exporta diesel pelo Porto do Itaqui
Desde ontem, a Petrobras iniciou uma operação fora do comum no Porto do Itaqui. A estatal começou a embarcar um carregamento de 3,4 milhões de litros de óleo diesel — equivalente a 18 mil toneladas de carga — que se
Publicado 24/05/2006 12:45 | Editado 04/03/2020 16:48
Desde ontem, a Petrobras iniciou uma operação fora do comum no Porto do Itaqui. A estatal começou a embarcar um carregamento de 3,4 milhões de litros de óleo diesel — equivalente a 18 mil toneladas de carga — que será exportado para a Argentina. O embarque será feito a partir do berço 104, que é normalmente usado para transbordo de derivados de petróleo.
Este carregamento é equivalente a 1,5% do volume de derivados de petróleo que pode ser estocado de uma só vez nos terminais petrolíferos de São Luís — cerca de 220 milhões de litros. Pelo menos duas empresas (Petrobras e Granel Química) já operam no porto e outra (Termar) está construindo tanques na área.
O carregamento será embarcado no petroleiro Overseas Delphina, de bandeira das Ilhas Marshall. A embarcação foi construída nos Estados Unidos, em 1989, faz parte da classe LR, tem 186 metros e pode deslocar até 39.600 toneladas.
A operação de transferência do óleo diesel para o navio deverá durar cerca de três dias e no próximo sábado, 27, a embarcação deverá partir em direção a Argentina, que recebeu nos quatro primeiros meses do ano cerca de 14,5 mil toneladas em produtos maranhenses e hoje é o sexto país que mais importou mercadorias do Maranhão.
Segundo uma nota oficial distribuída ontem pela Petrobras, a movimentação serve para atender contratos firmados pela estatal, mas não significa um operação permanente de exportação. “A exportação do diesel, a partir do Maranhão, atende a uma necessidade da alta demanda dos pólos supridores do eixo Sul-Sudeste para o cumprimento de contratos comerciais”, diz a nota.
Esta operação confirma a tendência do Porto do Itaqui em se tornar um “hubport” — um porto que serve de entreposto regional para o embarque e desembarque de cargas destinadas ao abastecimento de industrias e a distribuição de mercadorias — para o setor de derivados de petróleo.
“Por aqui entra combustível que pode ser distribuído para vários estados brasileiros. E esta condição acabou sendo um dos fatores responsáveis pelo aumento de 30% na arrecadação fiscal do estado”, comentou Ricardo Zeni, presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).
PORTO
Atualmente, o Porto do Itaqui tem um volume de cargas acumulada de 1,8 milhões de toneladas movimentadas no primeiro trimestre do ano, o que significa pouco menos de 10% de todas as cargas movimentadas nos três portos que compõe o Complexo Portuário de São Luís — formado pelo Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, Alumar e, é claro, o Itaqui.
De acordo com o site Portos.ma, a pauta de produtos movimentados no Itaqui tem quatro minérios (cobre, manganês, minério de ferro e calcário), dois metais semi-acabados (ferro-gusa e Alumínio) e dois produtos de agronegócios (trigo e fertilizantes), além dos derivados de petróleo.
Este último domina a pauta e responde pelo movimento de 1,4 milhões de toneladas do produto, quase tudo importado de países como a Índia, que hoje é apontada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) como o principal fornecedor de produtos para o Maranhão, respondendo por 44% daquilo que é internalizado pelo Itaqui.