Faturamento do comércio cresceu 11,7% em 2004

A receita operacional líquida do comércio brasileiro atingiu R$ 798,2 bilhões em 2004, um crescimento real de 11,7% em relação ao ano anterior, segundo dados da Pesquisa Anual do Comércio (PAC ) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o Instituto, o aumento do crédito e a expansão da economia em 2004 impulsionaram o comércio. O PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país) cresceu 4,9% em 2004. Grande parte das receitas do comércio em 2004 veio das empresas com 20 pessoas ocupadas ou mais. As receitas deste segmento somaram R$ 592 bilhões no ano, correspondendo a 74,2% do total pesquisado. Dos três segmentos de comércio que fazem parte da pesquisa do IBGE, o destaque ficou com o de Veículos, Motos e Peças, que apresentou crescimento de 18,6%, contra expansão de 14,2% do Varejo e alta de 7,9% do Atacado.
Crescimento das vendas, melhora do crédito, maiores prazos de pagamentos e inovações tecnológicas, como o lançamento do carro flex (bicombustível), são alguns dos fatores que estimularam o setor de Veículos no período. "Esta atividade vem se destacando pela entrada de montadoras no país e pela expansão de empresas já instaladas. O crescimento se deve também aos aumentos das demandas externas e internas e à estratégia de ampliação de venda de carros populares e de inovações tecnológicas como os motores bicombustíveis que podem usar tanto a gasolina como o álcool", informou o IBGE.
Novas tecnologias

Em números absolutos, o Atacado gerou a maior receita operacional líquida no comércio em 2004, com 45,8% do total (R$ 365,6 bilhões), seguido pelo Varejo, com participação de 41,8% (R$ 333,5 bilhões), e por último o segmento de Veículos, Motos e Peças, com receita de R$ 99,1 bilhões. Dentro do segmento de Varejo, vale destacar o ramo de Combustíveis, que cresceu 22,2% e obteve receita líquida de R$ 79,5 bilhões, ocupando a liderança que era dos hiper e supermercados, cuja receita somou R$ 78,9 bilhões –alta de 7,5%.

"Nos últimos anos, ambos vêm sendo favorecidos pelas mudanças econômicas e pelo processo de reestruturação produtiva (como novas tecnologias de informação). O segmento de hipermercados e supermercados recebeu investimentos estrangeiros e constatou-se aumento da concentração dessas atividades. No comércio varejista de combustíveis ocorreu uma elevação de preços resultando em um aumento de receitas." De acordo com a PAC, o Brasil contava em 2004 com cerca de 1,380 milhão de empresas comerciais.

Metodologia

Todas as variações divulgadas pelo IBGE foram ajustadas de acordo com a inflação medida no período. A série da PAC teve início em 1988, com o objetivo de fornecer informações anuais sobre o comércio nos períodos intercensitários. A partir de 1996, a pesquisa foi adequada aos parâmetros do novo modelo de produção das estatísticas industrial, comercial e de serviços. A principal referência da PAC é o Cempre (Cadastro Central de Empresas).
O IBGE informou também que o total de empregos do comércio brasileiro cresceu 9,1% entre 2003 e 2004. O setor contabilizou 6,68 milhões de trabalhadores em 2004. O segmento que mais gerou empregos em 2004 foi o setor de varejo, com uma expansão de 8,5% na comparação com 2003 – ou 339 mil postos de trabalho. O levantamento aponta que a massa salarial também se expandiu, em média, 12,8%, na comparação entre os dois anos.

 

Com agências