Humala renunciará a salário se for eleito presidente

O candidato à Presidência pelo Partido União pelo Peru (UPP), Ollanta Humala, garantiu que se for eleito presidente renunciará imediatamente ao salário que corresponde ao cargo e só ficará recebendo sua pensão de militar aposent

 

Humala fez a revelação em sua última fala no debate que foi realizado no domingo passado com seu oponente do Partido Aprista Peruano (Apra), Alan García. Ele também se pronunciou a favor da abolição da Constituição de 1993, do governo de Alberto Fujimori (1990-2000), e de iniciar o processo por uma Assembléia Constituinte para aprovar uma nova Carta Magna.

Já García afirmou que seu partido possui uma experiência adquirida “de erros próprios” e que levanta a bandeira da união em paz, pois, segundo disse, “se pode transitar para a justiça nacional sem ódio e sem violência”. No encontro, que durou quase uma hora e meia, os candidatos delinearam seus planos de governo. O segundo turno acontece no próximo dia 4 de junho.
Os temas das intervenções foram democracia, governabilidade e direitos humanos, política econômica e luta contra a pobreza, política social e anticorrupção, descentralização e segurança cidadã. Ao final, cada candidato fez uma intervenção final. O debate foi precedido por uma polêmica de último momento, depois que foram apresentadas acusações do ex-assessor de segurança de Fujimori, Vladimiro Montesinos, contra Humala. Em um vídeo gravado e distribuído não se sabe como, Montesinos disse que o tenente coronel aposentado promoveu um levante em Locumba em 2000 para facilitar sua fuga do país, o que foi desmentido de imediato pelo candidato e seus militantes.
A realização do debate também foi marcada por acusações dos seguidores do ex-presidente (1985-1990) de que os simpatizantes do ex-militar estão fazendo uma guerra suja, que foram rechaçadas. Também García se opôs a que a Organização Civil Transparência preparasse o encontro, porque alegou que diretores desse grupo tiveram um conflito de interesses com o presidente Alejandro Toledo. Finalmente, a UPP aceitou excluir a Transparência dos preparativos e aceitar a participação das universidades, o que era proposto pela Apra. Quase 16,5 milhões de eleitores estão convocados a votar neste próximo dia 4 de junho do segundo turno presidencial.
Com agências.