COTEMINAS persegue e demite funcionários
Publicado 23/05/2006 11:30 | Editado 04/03/2020 16:52
Esse grupo, que há anos forja eleições fraudadas sem a participação da categoria e impede, pelos mais diversos meios, que os trabalhadores possam participar dos processos eleitorais, representa claramente os interesses patronais no meio sindical, usufruindo das benesses que lhe são asseguradas pelo poderio econômico do conglomerado de indústrias têxteis instalado em Montes Claros.
Após a inscrição da Chapa 2, de oposição à atual direção do Sindicato, os integrantes da chapa foram colhidos de surpresa com a demissão de cinco dos seus integrantes já no dia seguinte à inscrição. Na segunda-feira, dia 15, outros quatro membros foram demitidos, somando já mais da metade dos 16 integrantes da Chapa 2. Além das demissões, uma integrante da chapa que se encontra grávida foi transferida de setor sem nenhuma justificativa aceitável. Tal atitude deixa claro que o Grupo Coteminas, impossibilitado de demitir a funcionária em razão da gravidez, buscou um meio de constrangê-la e intimidá-la ilegalmente, transferindo-a para um setor de atividades pesadas em que o trabalho é realizado em pé, fora das condições próprias para uma mulher grávida. Ação de reintegração dos demitidos será ajuizada ainda hoje, 16 de maio.
As demissões e as intimidações levadas a cabo contra os funcionários demonstram duas coisas. A primeira é o total descaso do Grupo Coteminas, cujo principal acionista e controlador é o vice-presidente da República José Alencar, quanto aos direitos dos trabalhadores, num flagrante desrespeito às normas que regem a relação capital/trabalho. Busca, com tais atitudes,intimidar os trabalhadores e impedir que uma diretoria que não seja subserviente aos seus ditames assuma o controle do Sindicato.
Um segundo aspecto é a relação de estranha intimidade que impera entre os atuais diretores do Sindicato e a direção das empresas: bastou a chapa de oposição ser inscrita na última quarta-feira para que, quase imediatamente, a empresa tomasse conhecimento de todos os nomes dos seus membros e iniciasse as demissões e as pressões.
Este tipo de atitude adotada pelo Grupo Coteminas, de puro terrorismo, demonstra que as mais elementares normas de democracia ainda não chegaram ao interior das fábricas. Nós, sindicalistas classistas, atentos a quaisquer tipos de atitudes ilegais por parte do Grupo Coteminas, e atentos ainda ao comportamento de peleguismo e de traição aos interesses dos trabalhadores praticado pela atual direção do Sindicato dos Tecelões, tornamos públicos tais fatos, como uma forma de denúncia veemente contra a flagrante violação dos direitos de representação sindical e de organização dos trabalhadores levado a efeito pelo Grupo Coteminas e pelos seus diretores.
Temos a certeza de que, ao adotar tais medidas há muito banidas das modernas relações de trabalho que imperam na vida política do nosso país, o Grupo Coteminas se ampara na certeza de que a sociedade não irá tomar conhecimento delas.
Por isso é que vimos a público denunciar tais medidas de perseguição, num apelo à lei e ao respeito aos direitos de organização dos trabalhadores das indústrias têxteis de Montes Claros.
Montes Claros, 16 de maio de 2006.
Eli Isabel Santana
Coordenadora Regional Norte da Corrente Sindical Classista da CUT – CSC
José Germano Cardoso Ferreira
Diretor do Sindicato dos Professores de Minas Gerais – SINPRO/MG
Valdomiro Maciel
Diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Cimento de Montes Claros – SINMENTO
José Venâncio Pereira
Vice-presidente do Sindicato dos Vigilantes do Norte de Minas – SEVISTV
Danniel Coelho
Diretor da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais – UEE/MG