Agricultura fluminense tem dia de luta na próxima quarta-feira
Várias entidades representativas da sociedade civil, agricultores familiares e servidores estaduais promoverão na próxima quarta-feira, dia 24, uma ato público para denunciar o abandono da agricultura familiar fluminense causado pelo sucateamento e
Publicado 22/05/2006 20:28 | Editado 04/03/2020 17:06
A manifestação será realizada a partir de 10 horas em frente à Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Pesca e Desenvolvimento do Interior, localizada na Alameda São Boaventura, 770, Horto, Niterói.
Atualmente, a agricultura familiar fluminense é responsável por injetar na economia estadual R$ 5,5 bilhões a cada ano, gerando cerca de 300 mil empregos diretos e outros 700 mil indiretos. Os serviços públicos estaduais são imprescindíveis para atender os cerca de 76 mil agricultores familiares existentes no Estado do Rio de Janeiro.
No caso da Emater/Rio, que presta assistência técnica aos agricultores familiares e serviços de extensão rural em quase todos os municípios fluminenses, não é realizado concurso público há 16 anos, havendo 220 vagas abertas para técnicos de campo e 190 na área de apoio sem perspectivas de preenchimento. Dois escritórios já fecharam por falta de pessoal e cinco estão em vias de desativar seus serviços. Os salários dos funcionários não sofrem reajuste há oito anos, gerando uma necessidade de reposição de 90%.
Por sua vez, os funcionários da Pesagro/Rio, responsável por desenvolver ciência e tecnologia para dar suporte ao setor agropecuário, encontram-se há mais de seis anos sem aumento salarial. Muitos dos seus técnicos mais graduados estão deixando a empresa para desenvolverem suas atividades em outras instituições que melhor remuneram suas atividades. Acrescentando-se a isso, mais de um terço dos funcionários já se aposentaram e nenhuma reposição de pessoal é realizada há mais de 15 anos.
No caso da Defesa Sanitária Vegetal – SEAAPI, que atua no controle das epizootias e zoonoses (Tuberculose, Brucelose e Raiva), da qualidade dos alimentos e coordena as campanhas de vacinação contra a febre aftosa, entre outras ações, seus profissionais têm salários de apenas R$ 160,00, “compensado” com gratificações que perfazem um total líquido de R$ 1.293,97 (para todos os cargos de nível superior). Os técnicos de nível médio recebem R$ 151,00, que com as gratificações chega a R$ 534,00, sem tíquetes, plano de saúde e vale transporte.
Participam do movimento: associações e dos funcionários da Emater, da Pesagro, da secretaria de Agricultura, da CASERJ, das Centrais de Abastecimento, sindicatos dos trabalhadores de instituições de pesquisa e desenvolvimento agropecuário, dos engenheiros, dos médicos veterinários, dos administradores, das secretárias, dos técnicos agrícolas, dos economistas, Federação dos Trabalhadores na Agricultura e a União das Associações e Cooperativas do Pavilhão Trinta.