Eles chegaram por volta das 7h30 e abriram todas as cancelas, liberando a passagem dos veículos. Os manifestantes deixaram o local somente no final da tarde.
"Estamos lutando por oito pontos de reivindicações. Os principais pontos são a revogação da medida provisória que determina que áreas ocupadas somente podem ser revistas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) depois de dois anos; e a correção do índice de produtividade que está ultrapassado. É de 1975", explica a coordenadora estadual do movimento, Jocélia de Oliveira Costa.
De acordo com ela, a ação faz parte de uma série de atividades iniciadas em maio pelo MLST em nível nacional. Na região, já é o segundo ato. O primeiro aconteceu em Lindoeste, quando um novo acampamento, com 170 famílias, foi montado em frente à fazenda Jaborandi. A intenção dos manifestantes é chamar a atenção tanto do governo federal quanto do Incra.
Sede
Em Francisco Beltrão, já faz dois dias que cem integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do assentamento João de Paula, de Renascença, ocupam a sede do Incra no município. O motivo é pressionar o órgão para que tenham, entre outras reivindicações, crédito, agilidade no processo de concessão de terra e também parcelamento dos lotes.
Quanto à assinatura dos contratos de concessão, o Incra informa que o processo está um pouco demorado porque o sistema está mudando. Antes eram feitos termos de compromisso, que exigiam menos dos assentados, mas agora, com a concessão de uso, é necessário um período de adaptação. Quanto ao parcelamento dos lotes, exigidos pelos manifestantes, o Incra informa que depende de um plano de desenvolvimento do assentamento, que ainda não foi feito e encontra-se em fase burocrática. Em relação ao pedido de liberação de crédito, o órgão alega que somente pode ser liberado após finalizado o plano de desenvolvimento.
Ontem pela manhã, o órgão permaneceu fechado. Após o meio-dia, o atendimento foi normalizado. Porém, até o final da tarde, os sem terra ainda não tinham deixado o prédio.
Fonte: Nájia Furlan – Paraná-Online