Thomaz Bastos e Lembo discutem pacote sobre segurança
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, se reuniu no início da noite de quinta-feira (18) com o governador de São Paulo, Cláudio Lembo no Palácio dos Bandeirantes. Durante o encontro eles conversaram sobre a aprovação, pelo Senado, dos projetos de le
Publicado 18/05/2006 21:14
O governador e o ministro mantiveram o compromisso de continuar o diálogo sobre os problemas que envolvem o Estado e o país. Em entrevista à Folha Online, Lembo criticou o ex-governador Geraldo Alckmin, que disse que aceitaria ajuda federal contra a onda de violência se ainda estivesse no cargo, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), que atacou negociação entre o Estado e a facção criminosa para o fim dos ataques. “Eu acho que o presidente FHC poderia ter ficado silencioso. Ele deveria me conhecer e conhecer o governo de São Paulo. Eu não posso admitir nem a hipótese de se pensar isso. Para opinar sobre um tema tão amargo, tão grave, ele teria que refletir, pensar. E se informar. Quanto ao presidente (FHC), pode ser que eventualmente ele tenha precedente sobre acordos. Eu não tenho”, disse o governador. Sobre Alckmin, Lembo declarou: “Ele decidiria, se fosse governador, como achava melhor. Eu decidi da forma que achei melhor.”
Bastos afirmou que ofereceu ao governo de São Paulo a transferência de Marcos Camacho, o Marcola. "Eu ofereci (a transferência) ao governador, ofereci a Força de Segurança (Nacional) e eles não acharam conveniente", disse o ministro ao ser questionado se Marcola não deveria ter sido transferido de Estado, como ocorreu no caso do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, retirado do Rio de Janeiro após comandar uma rebelião e uma onda de violência. O ministro da Justiça lembrou que em junho o governo vai inaugurar, no interior do Paraná, o primeiro presídio federal do país e que já há uma lista de 40 presos do Rio de Janeiro e 50 de São Paulo para serem transferidos de seus Estados para presídios federais. "Vamos ter a possibilidade de girar com essas pessoas e ajudar na desarticulação dessas quadrilhas. Não sei se o Marcola vai (para lá). Sei que estará à disposição do governador", disse.
A juíza Isaura Cristina Barreira, do Departamento de Execuções Criminais (Decrim) do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que a Rede Bandeirantes de Televisão envie à Corregedoria dos Presídios do Estado, em cinco dias, uma cópia da fita de suposta entrevista com Marcola. Segundo a assessoria de imprensa do TJ, a Secretaria de Administração Penitenciária também terá cinco dias para prestar informações a respeito do fato e das providências adotadas. De acordo com o despacho da juíza, o uso de celulares no interior de estabelecimento penal é proibido e configura prática de falta grave. Marcola permanece detido em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) no Presídio de Presidente Bernardes, interior de São Paulo, por força de decisão judicial.
Com agências