Combates no Afeganistão deixam 105 mortos
Uma das mais intensas ações da resistência afegã contra as forças de ocupação do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) começou neste quinta-feira, quando um ataque em massa da resistênci
Publicado 18/05/2006 16:39
15 policiais afegãos, um civil americano, um soldado canadense e um civil afegão foram vítimas dos ataques, que se concentraram na fronteira com o Paquistão. A onda de violência começou após um ataque da resistência a um quartel-general da polícia e do governo em Musa Qala, na província de Helmand. O ministro do Interior disse que cerca de 40 militantes foram mortos nesse primeiro ataque, enquanto a polícia afirmou que contou apenas 14 corpos de resistentes mortos. Segundo as autoridades do ministério do Interior, 13 policiais foram mortos e cinco feridos neste primeiro confronto.
O ataque foi revidado graças a reforços de tropas policiais afegãs, fazendo os insurgentes fugirem, disse o porta-voz do exército britânico, capitão Drew Gibson, que tem tropas na província de Helmand.
Enquanto isso, a coalizão liderada pelos EUA disse que 27 talebãs foram mortos durante uma operação na província vizinha de Helmand, Kandahar, na quinta-feira. O exército disse que o número confirmado era de 7 mortos e que de 15 a 20 rebeldes poderiam ter sido mortos em bombardeio no vilarejo de Azizi.
Em uma outra batalha em Kandahar, um soldado canadense e cerca de 18 supostos integrantes da resistência foram mortos na noite de quarta-feira, disse o porta-voz do exército canadense, major Scott Lundy. Os soldados canadenses estavam apoiando as forças afegãs em uma ação repressiva no distrito de Panjwayi quando, segundo o major canadense, teriam sido atacados com lança-granadas e armas de fogo de pequeno porte.
Uma soldado, a capitã Nichola Goddard, foi morta no confronto, disse o porta-voz. Três soldados afegãos foram feridos e cerca de 35 supostos membros da resistência teriam sido presos, disse Lundy.
Área dos ocupantes
Uma bomba explodiu ao lado de uma estrada da cidade de Kandahar, atingindo um comboio do exército afegão nesta quinta-feira, ferindo dois civis, disse o policial Sher Shah. Nenhum soldado foi atingido.
Um carro-bomba, na cidade de Herat, próxima à fronteira iraniana, matou um civil americano em um treinamento dado pelo Departamento do Estado, disse o porta-voz da embaixada americana, Chris Harris. Dois outros americanos foram feridos, disse Harris.
A cidade de Herat, que não é uma área domina pela resistência, tem sido uma área livre da violência da ocupação, mas os afegãos têm ampliado as suas ações para fora de suas bases, atingindo toda a fronteira paquistanesa.
Um segundo ataque de carro-bomba ocorreu perto dos portões de uma base do exército afegão na cidade de Ghazni, disse o porta-voz da província, Sher Alam. A explosão matou o motorista do carro-bomba e dois civis que passavam pelo local feridos. Nenhum soldado dentro da base foi ferido. Ainda em Ghazni, a resistência atacou duas patrulhas policiais, matando dois oficiais e ferindo cinco, disse Alam.
Retirada de povoado
Forças britânicas retiraram à força parte da população de Helmand, para auxiliar o comando militar afegão a encontrar membros da resistência. A aumento das ações dos afegãos contra a ocupação, realizada em grande parte por militantes do movimento Talibã, derrubado em 2001 pelas oforças invasoras, ocorre no momento que as forças do Pacto do Atlântico Norte se prepara para assumir o controle das operações da coalizão invasora, liderada pelos EUA. Tropas do Canadá, Reino Unido e Holanda estão baseadas na região sul. O parlamento canadense aprovou, com pequena maioria, que as tropas do país continuem auxiliando a ocupação do Afeganistão por mais dois anos, até fevereiro de 2009.
Da redação, com agências internacionais