Greenpeace protesta contra multinacionais que destroem a Amazônia
Um dia antes da Assembléia Anual da rede KFC, cliente da Cargill, ativistas do Greenpeace mandam do Pará uma mensagem às duas multinacionais: parem de cometer crimes contra a Amazônia.
Publicado 17/05/2006 17:58
Enquanto isso, em frente ao porto da Cargill, utilizando dois botes infláveis, outro grupo de ativistas do Greenpeace abriu uma grande faixa com os dizeres “Fora Cargill”, em português e inglês. O protesto aconteceu enquanto soja produzida dentro do bioma Amazônia estava sendo desembarcada no terminal da empresa, de onde será exportada para a Europa. A multinacional norte-americana atrai! u para Santarém um grande número de produtores rurais para investirem na produção de soja na região. Durante o protesto, duas ativistas do Greenpeace foram moralmente ofendidas por funcionários da Cargill com ofensas verbais sexuais.
Investigações recentes do Greenpeace (1) comprovam as conexões entre os produtos vendidos pela KFC em sua rede de lojas européias e a destruição florestal da Amazônia provocada pelo avanço da soja, plantada na região e destinada à exportação. De acordo com fontes da indústria, a KFC compra frangos da Sun Valley, empresa do grupo Cargill.
“A KFC se orgulha de ter uma receita secreta para os milhões de frangos fritos que vende a cada dia. Na verdade, os ingredientes dessa receita são: desmatamento, trabalho escravo, uso massivo de agrotóxicos, grilagem, posse ilegal da terra e a extinção de espécies raras”, afirma Paulo Adário, coordenador da Campanha da Amazônia, do Greenpeace. “A KFC precisa tirar o desmatamento florestal de seu cardápi! o antes que seja tarde demais para a maior floresta tropical do mundo”, acrescenta.
Os índices de desmatamento da Floresta Amazônica continuam alarmantes. Desde janeiro de 2003, 70.000 km2 da maior floresta tropical do planeta já foram destruídos – um campo de futebol a cada oito segundos. A soja, exportada pelas transnacionais que operam na Amazônia, é um dos principais vetores deste desmatamento. A floresta está sendo destruída para produzir ração animal para o mercado mundial.
A KFC é parte da Yum! Brands, Inc., a maior rede de cadeias de restaurantes do mundo, que inclui Pizza Hut, Taco Bell, A&W e outras empresas de fast food. Recentemente, o Greenpeace questionou a Yum! Brands, Inc. sobre sua contribuição para a destruição da Amazônia, mas a companhia se limitou a responder que a soja que consome também é cultivada em outras partes do Brasil. No entanto, o Greenpeace tem evidências que mostram a clara conexão entre os produtos de frango vendidos pela KFC e a so! ja da Amazônia comercializada pela multinacional norte-americana Cargill. Maior empresa privada de produtos agrícolas do mundo, a Cargill tem sua atuação questionada pelo Ministério Público Federal do Pará por não respeitar a legislação ambiental brasileira. (2)
Um artigo na revista científica Nature, no mês passado, revelou que 40% da Amazônia será destruída até 2050 se a fronteira agrícola continuar a se expandir no ritmo atual, caracterizando uma enorme ameaça à biodiversidade e contribuindo para o desequilíbrio climático.
O Greenpeace é uma organização independente que desenvolve campanhas globais não violentas para expor problemas ambientais e buscar soluções para um futuro mais verde e pacífico.
Fonte: Greenpeace