EUA protegem Sánchez de Lozada, denuncia Bolívia
Uma comissão governamental que viajou aos Estados Unidos para acelerar a extradição do ex-presidente boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada voltou ao país sem ter conseguido que os EUA colaborem. Ele foi o principal responsável pel
Publicado 16/05/2006 16:21
“Independentemente da amabilidade com que foram recebidos (os funcionários do governo boliviano), não encontramos um apoio satisfatório para a nossa demanda. Estamos pedindo que o senhor Sánchez de Lozada seja notificado”, reiterou o presidente em exercício Álvaro García Linera. Ele descartou a possibilidade de apresentar uma reclamação formal ante o governo dos Estados Unidos, mas reafirmou a preocupação do Estado boliviano com a lentidão do processo.
Segundo o senador Antonio Peredo, agora está claro que Sánchez de Lozada recebe proteção do governo norte-americano. Por isso, sugeriu que a Bolívia apele aos tribunais internacionais para acelerar a extradição. Ele disse que existem apenas duas formas para que o processo de extradição avance: que o embaixador que vai aos EUA não tenha nenhum vínculo com Goni [apelido de Gonzalo Sánchez de Lozada], como fez o embaixador anterior, e que as relações com o governo dos EUA melhorem, já que o tema está nas mãos do governo desse país.
O presidente Evo Morales pediu ontem ao Parlamento Europeu apoio para conseguir a extradição de Sánchez de Lozada para que seja submetido a um julgamento por responsabilidade pela morte de 17 pessoas nos protestos contra seu governo na Bolívia. Após sua renúncia, o ex-presidente fugiu para os EUA, país que agora põe obstáculos para extraditá-lo.
Não somente as ditaduras militares obscureceram a Bolívia, mas também os governos democráticos que “para defender interesses alheios aos interesses bolivianos, massacraram a Bolívia”, reclamou o presidente.
Com agências.