Editor por um dia, Bono Vox elogia Lula no “The Indepedent”
Uma edição especial do jornal britânico The Independent, lançada nesta terça (16), teve Bono Vox como editor. Convidado a assumir o cargo por um dia, o líder do U2 elogiou o presidente brasileiro no editorial &ld
Publicado 16/05/2006 19:28
De acordo com o texto, o presidente brasileiro acertou ao fugir de “reformas apressadas” na economia, já que mudanças bruscas “desestabilizariam” o Brasil. “Lula sabiamente gravitou para o centro, prometendo um sólido comando da economia.”
Para o roqueiro, Lula está à frente de um país em desenvolvimento que, ao lado de Rússia, China e Índia, “vai herdar a Terra”. “Até 2050, esse grupo vai ter 40% da população mundial e deve ser a economia dominante do mundo. (…) Dos quatro países, o Brasil é freqüentemente visto como o mais promissor”.
Violência, o outro desafio – A escalada do crime em São Paulo, sob liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), também teve análise de Bono. “Se os eventos forem um anúncio do que está por vir, talvez seja motivo para diminuir o otimismo”, escreveu o roqueiro. Na opinião dele, “Lula está parcialmente certo quando atribui a violência à desigualdade social no Brasil e à falta de investimento em educação”.
Explorando seu prestígio, Bono Vox conseguiu diversas entrevistas exclusivas com personalidades políticas, como o primeiro-ministro inglês, Tony Blair, e seu ministro das Finanças, Gordon Brown. Já a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, listou suas dez músicas preferidas.
Hugo Chávez também concedeu depoimentos a Bono. O presidente venezuelano criticou o tratamento que a mídia dispensa ao chefe de Estado do Zimbábue, Robert Mugabe. “Ele é meu amigo. Ele foi demonizado demais”.
Edição beneficente – Com a edição especial, a cargo de Bono Vox, o The Independent procurou disseminar a luta contra a Aids. Metade da receita gerada com as vendas vai ser destinada a campanhas sobre a doença no continente africano. A ilustração da capa, feita pelo britânico Damien Hirst, provoca os leitores: “Não há notícias hoje, a não ser a morte de 6.500 africanos contaminados pelo vírus HIV, da Aids”.
Bono condenou o status das celebridades no mundo atual. “Ser célebre é algo ridículo. Mas é uma moeda, e eu desejo gastar a minha de forma sábia”, disse. Após seu dia de editor, o roqueiro viajou para a África. O primeiro país visitado foi o Lesoto, onde Bono lançará mais uma campanha de combate à Aids. Ele ficará no continente africano por dez dias.
Da redação,
com agências internacionais