Comissão da Câmara recebe documentos sigilosos sobre fraudes na saúde
A comissão de sindicância da Câmara dos Deputados, que apura o envolvimento de parlamentares com a quadrilha que fraudava licitações para a compra de ambulâncias, recebeu documentos sigilosos do delegado da Polícia F
Publicado 16/05/2006 17:43
Sem revelar detalhes, o deputado Robson Tuma (PFL-SP), relator da comissão, afirmou que os dados dão "um caminho" para a investigação. "São dados extremamente importantes que devem ser analisados com muita cautela, com muito cuidado para que a gente possa proferir, no final, um relatório justo, correto, dando uma resposta à altura à sociedade brasileira", avaliou.
Tuma destacou que não poderia comentar o conteúdo dos dados apresentados pelo delegado porque, além da comissão atuar "sob trabalhos reservados", a justiça decretou sigilo no processo. "Temos que tomar muito cuidado, porque qualquer citação de documentos e nomes poderia causar uma ilegalidade que tornaria o processo nulo", justificou.
O delegado que investigou o caso também não quis revelar o conteúdo dos documentos apresentados. Boaventura disse que sua audiência na comissão de sindicância foi "muito proveitosa". "Tivemos oportunidade de esclarecer que não houve vazamento por conta da Polícia Federal", comentou. E revelou que, cumprindo ordem judicial, a PF encaminhou todos os diálogos em que autoridades foram mencionadas, "sem fazer qualquer juízo de valor para que as instâncias competentes tomem as medidas necessárias".
Romeu Tuma informou que a comissão de sindicância está solicitando todos os documentos que constam nos autos do processo. Segundo ele, já chegaram documentos apreendidos na Planam – empresa acusada de montar o esquema de superfaturamento e pagamento de propinas. Agora, a comissão aguarda os áudios originais, feitos pela Polícia Federal para fazer o cruzamento de todos os documentos.
Segundo o relator, os parlamentares supostamente envolvidos no esquema de fraudes serão convidados à depor na comissão assim que forem ouvidas as autoridades que investigam o caso e os funcionários e diretores da Planan, empresa acusada de fraudas as licitações.