Petrobras anuncia grupos de trabalho com estatal boliviana

O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, afirmou que já foram formados grupos de trabalho entre técnicos da empresa e da petrolífera boliviana YPBF para discutir e organizar a transição das reservas de gás daquele país, que vão passar para o g

Em apresentação na Coppe/UFRJ, Sauer explicou que a nacionalização estava prevista. "A Petrobras não foi surpreendida em momento algum. Tanto que, nos últimos três anos, já durante nossa gestão, houve investimentos bastante cautelosos na Bolívia, mesmo porque não havia com quem se negociar do lado de lá, tal era a inconstância do governo boliviano. Neste sentido, a eleição de Evo Morales foi um divisor de águas. Gostando ou não do decreto é preciso admitirmos que ele está cumprindo o seu plano de governo e este plano já era conhecido", afirmou. Ele lembrou, entretanto, que "vão ocorrer perdas da receita na Bolívia por parte da área internacional da Petrobras, mas isso faz parte do jogo, faz parte do risco assumido". "Não se gosta disso, mas vai ter que se sobreviver a isso", afirmou.

 

Outra questão, apontou Sauer, é relativa ao contrato de fornecimento de gás para o Brasil: "Isso terá que ser discutido pelas vias legais. Se eles quiserem aumentar o preço terão que nos informar formalmente e isso ainda não foi feito", afirmou. Ele reiterou que a Petrobras não aceitará qualquer reajuste neste custo e revidou as declarações do ministro boliviano, que teria dito que não custaria nada ao Brasil elevar o valor do gás natural em mais US$ 1 por milhão de BTU. "Custa sim. Custa US$ 1. E se preciso for, vamos recorrer à arbitragem internacional para fazer valer os nossos direitos", disse.

 

Com agências