Organização britânica divulga relatório sobre mães no mundo
Aproveitando a ocasião do Dia das Mães, a organização britânica Save the Children divulgou o relatório "State of the World's Mothers 2006" (Estado das Mães do Mundo). Segundo o informe, que faz um ranking
Publicado 15/05/2006 13:51
"O Mother’s Index ilustra a relação direta entre a situação da mãe e a situação de seus filhos. Para melhorar a qualidade de vida das crianças, primeiro é preciso investir na saúde e bem-estar das suas mães", diz Charles MacCormack, presidente e diretor executivo da Save the Children. Para a maior parte das crianças desses países, o dia mais perigoso de suas vidas é o primeiro. Entre as dez milhões de crianças que morrem a cada ano, dois milhões não passam das primeiras 24 horas, sendo que um milhão morrem entre o segundo e o sétimo dia, em um total de 4 milhões de crianças que não ultrapassam o primeiro mês de vida. "As primeiras horas, dias e semanas de vida são críticos para os bebês. Mesmo assim, é uma minoria deles que obtêm algum tipo de cuidado durante esse período vulnerável", explica Charles MacCormack, presidente e diretor executivo da Save the Children. Os números são piores na África Subsaariana, onde uma em cada cinco mães já perdeu um filho durante o parto.
O Vietnã é um dos países que se destaca em termos de cuidados com recém-nascidos. 86% das mulheres grávidas têm acompanhamento pré-natal, 91% são vacinadas contra tétano e 85% dos partos têm assistência de profissionais de saúde. Já no Paquistão, até 2003, 28 mil crianças morriam por ano em função do tétano, adquirido pelo uso de instrumentos cortantes sujos utilizados para cortar o cordão umbilical. Após uma campanha nacional, foram imunizadas 11 milhões de mulheres, reduzindo-se pela metade o número de mortes.
O informe também relata algumas experiências simples que podem ser cruciais para as crianças. Uma delas é o Kangaroo Mother Care, que ajuda bebês que nasceram abaixo do peso a sobreviver nos primeiros críticos dias de suas vidas. A estratégia consiste em manter os recém-nascidos aquecidos por meio do contato pele-a-pele e, pela diferença de temperatura, eles passam a produzir a própria energia necessária para se aquecer. Isso reduz a necessidade de se utilizar incubadoras, de utilização restrita em locais mais pobres.
Critérios
A comparação entre 125 países é baseada em seis indicadores de bem-estar das mulheres e quatro indicadores de bem-estar de crianças. São eles, respectivamente: risco de mortalidade materna, porcentagem de mulheres usando métodos contraceptivos, porcentagem de partos atendidos por profissionais de saúde, porcentagem de mulheres grávidas com anemia, taxa de alfabetização de mulheres adultas, participação de mulheres no governo nacional, taxa de mortalidade infantil, porcentagem da população com acesso à água potável, porcentagem das crianças abaixo de cinco anos com desnutrição moderada ou grave e taxa de matrículas no ensino primário.
O Mother’s Index identifica a educação feminina, a presença de atendimento especializado no parto e o acesso e uso de técnicas de planejamento familiar como as três áreas mais fortemente associadas com a sobrevivência e bem-estar das crianças. Mulheres mais educadas estão mais propensas a adiar o casamento e adiar o nascimento, com mais cuidados em relação à saúde para eles e suas famílias e encoraja seus filhos e filhas a ir à escola.
Fonte: Revista Fórum (http://www.revistaforum.com.br/)