Evo Morales: forças progressistas têm que se aliar
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse hoje que as forças progressistas têm a obrigação de se aliar e de compartilhar experiências sobre como desenvolver políticas adequadas para seus países e a comunidade inter
Publicado 15/05/2006 13:58
Evo – que está numa rápida visita de 24 horas à Paris- revelou que pretende fazer alianças com forças políticas e sociais que defendam estratégias de "transformações profundas", como as que está impulsionando em seu país. Ele encontrou-se com o líder dos socialistas franceses, François Hollande, e também com o diretor-geral da Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Koichiro Matsuura.
Hollande manifestou seu apoio ao governo Evo Morales e ao decreto de nacionalização do gás. Para ele, Evo é um "símbolo de uma esquerda que venceu na América Latina, um continente que está dirigido quase que em sua totalidade por formações progressistas". Com ele, a Bolívia "quer recuperar sua soberania econômica com base no respeito às leis internacionais", e apontou a importância que tem "a batalha travada para que a água seja considerada um bem de interesse geral em escala mundial".
O diário comunista "L''Humanité" publicou hoje uma entrevista com Morales onde o líder boliviano afirma que "a Bolívia exercerá seu direito à propriedade de recursos naturais, e não somente no caso dos hidrocarbonetos, respeitando os direitos das empresas de recuperar seus investimentos. Por isso demos 180 dias para eventuais negociações e já começamos a falar com as companhias Petrobras, Repsol e Total", comenta.
O presidente boliviano esteve em Viena para participar da cúpula União Européia (UE)-América Latina, uma experiência que avalia "importante para buscar soluções, embora os interesses dos grupos sempre predominem e os Governos não expressem a vontade dos povos".
Uma das conclusões dessa reunião é que "é preciso respeitar a decisão soberana dos povos e dos Estados sobre seus recursos naturais", avaliou Evo, que lamenta que a imprensa tenha criado a impressão de que há confrontos entre seu governo e o do Brasil pela nacionalização dos hidrocarbonetos.
Sobre as relações com Cuba e com a Venezuela, Evo diz que são "incondicionais" e afirmou que tem "aprendido muito" com o presidente cubano, Fidel Castro, e o venezuelano, Hugo Chávez. Após a reunião com Matsuura na Unesco, o presidente boliviano se deslocará a Estrasburgo (leste da França), onde fará um discurso no plenário do Parlamento Europeu.