CCBB Rio apresenta mostra “Arte de Cuba”

Está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro a exposição "Arte de Cuba", que reúne 122 obras assinadas por 61 artistas. A mostra apresenta um extenso panorama da arte cubana, do surgimento das vanguardas at&e

A mostra carioca traz cinco novas obras de artistas contemporâneos e apresenta várias possibilidades de compreensão da arte do século XX em Cuba. A exposição destaca o surgimento e a consolidação da arte moderna nas primeiras décadas do século XX, os movimentos abstratos, a pluralidade estética que acompanha as mudanças da revolução nos anos 60 e 70, e a renovação e experimentação que marcam a arte cubana dos 80 até hoje.

Um elemento central na produção da ilha é o compromisso social do artista. Nesse quesito, a mostra apresenta desde a militância explícita de autores como Marcelo Pogolotti, conhecido por uma visão marxista da sociedade, até a dramaticidade impressa nos trabalhos de Fidelio Ponde de León. "O trabalho desses artistas é bastante voltado para o povo mais humilde e para o questionamento da sociedade a partir de seus símbolos mais importantes", analisa a curadora.

Novidades

Das cinco novas obras que integram a mostra no Rio, duas delas estão sendo exibidas pela primeira vez. O vídeo Tengo (2005), de José Toirac, baseia-se em um poema de 1964, no qual Nicolás Guillén (Cuba, 1902-1989) exalta a Revolução Cubana. Os versos do poema são apresentados no vídeo de Toirac na linguagem gestual dos surdos-mudos.

A questão política também está presente na videoinstalação de Carlos Gairacoa. Noches negras, noches blancas y la babushka orgullosa (2005) é fruto da primeira visita do artista a Moscou, em janeiro de 2005. Utilizando projeções e sobrepondo animações de seus desenhos às imagens, Gairacoa apresenta sua reação ao encontro com um país e uma realidade que desejava conhecer, que até então só tinha contato pela televisão ou pelos relatos de familiares e amigos. "Em poucas palavras, é um olhar do pós-comunismo sobre o comunismo", explica o artista.

As demais obras também são influenciadas pela política. El bloqueo (1989), de Antonio Eligio Fernández (TONEL), faz um jogo com as palavras, referindo-se tanto a "bloqueio" quanto ao material utilizado (bloco de concreto). Apresentada na 3ª Bienal de Havana (1989), a instalação é um desenho da ilha de Cuba, com 9 metros de largura, feito no chão a partir de blocos de concreto. Segundo a curadora, o trabalho tanto aponta para a situação política cubana, quanto revela o desejo de construção de uma nova sociedade, protegida dentro dos limites desse muro.

Já o vídeo La Edad de Oro (2000), de José A. Toirac, Meira Marrero e Patricia Clark, justapõe a cobertura da imprensa cubana e americana sobre o caso do menino Elian Gonzalez. Depois de sobreviver a uma fuga da ilha, o menino, na época com cinco anos, tornou-se centro de uma disputa política entre os Estados Unidos e Cuba. Esse trabalho foi produzido e financiado pela Universidade do Arizona e apresentado no Museu Whitney (NY), no AlucineArte Film Festival, de Toronto, e na 8ª Bienal de Havana. Completa o conjunto de cinco obras o vídeo The zooming experience (2000), de Raúl Cordero. O trabalho lida com a ação de aproximação de uma imagem (zoom in), ou o indício dessa aproximação.

Música

Paralelamente à exposição, será realizado o festival Música de Cuba com uma seleção de ritmos musicais da ilha. A seleção de músicos mistura a tradição da sonoridade cubana com elementos contemporâneos, desde world music ao hip hop, passando pelo pop mais alternativo.

Arte de Cuba
CCBB Rio
Exposição
De 16 de maio a 16 de julho
De terça-feira a domingo, das 10h às 21h
Entrada franca
Shows
De 16 de junho a 8 de julho
Sextas-feiras e sábados, às 19h
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)

Rua Primeiro de Março, 66. Centro
Tel.: (21) 3808-2020
E-mail: ccbbrio@bb.com.br