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Brasil está em uma nova encruzilhada histórica, diz Renato Rabelo

O projeto de resolução política para a Convenção Nacional Eleitoral do PCdoB, marcada para o dia 14 de junho, e o plano eleitoral comunista para a disputa deste ano, estão sendo debatidos pelo Comitê Central d

Partindo da Resolução Política do 11.° Congresso do PCdoB, o projeto de documento para a Convenção atualiza a avaliação da luta política em curso, disse o presidente do PCdoB, Renato Rabelo na intervenção de abertura da reunião. Ele também define a orientação e as tarefas para os comunistas na luta eleitoral deste ano, afirmou.

Ao avaliar o quadro político nacional, Renato Rabelo enfatizou a necessidade da reeleição de Lula, para avançar nas mudanças e derrotar a tentativa de volta ao governo da direita neoliberal. Ressaltando que a luta pela conquista de novo mandato ocorre num contexto nacional e internacional marcado por grandes dificuldades e pela ofensiva da direita neoliberal, o dirigente comunista Renato procurou insistiu na necessidade de se identificar o centro da tática do partido e também as diretrizes para a elaboração de uma plataforma por um segundo mandato para Lula. Ele apontou quatro questões: a natureza da batalha política que temos pela frente; a conformação do campo liderado por Lula; a orientação política do PCdoB; finalmente, o plano eleitoral do PCdoB.

Dizendo que a batalha política atual tem o sentido histórico importante, o de uma encruzilhada para definir o futuro do país, Renato responde à primeira questão chamando a atenção para a disjuntiva que está posta: avançar na transição para um projeto nacional, com maior nitidez para o desenvolvimento, distribuição de renda, integração continental, ou a volta da direita neoliberal, que já atem sua plataforma, seus partidos e seus blocos. Plataforma conservadora baseada em duas pilastras: inserção subordinada do Brasil no mundo, associado aos EUA e à Europa, fazendo parte da área de influência das grandes potências, com a volta da estratégia neocolonizadora, da ALCA, e construção do Estado mínimo, com a volta do predomínio da ditadura do mercado, com o aprofundamento das desigualdades, da precarização do trabalho, etc. A luta contra esse projeto é o centro da batalha atual, disse.

Em relação à segunda questão, Renato constata a recomposição do campo liderado por Lula, que este disperso e à beira da decomposição em função dos erros e dos ataques da direita neoliberal contra o governo do presidente Lula. Recomposição do governo no sentido da esquerda, nota ele, com posições mais avançadas. E o próprio PT, apresentado por muitos como esfacelado pela crise, se recompôs, fortaleceu sua direção nacional, reforçando seu mandato por um projeto nacional e pela retomada de um projeto mais avançado. E constatou a retomada da articulação entre os três partidos (PT, PCdoB e PSB) para avançar na constituição de um núcleo de esquerda do governo. Em relação às outras questões, Renato insistiu que o centro da tática do PCdoB é avançar nas mudanças e derrotar a direita, preconizando a recomposição da frente de centro esquerda para reeleger Lula, com base em um núcleo de esquerda e um programa comum e avançado. O programa é o ponto de partida, sendo essencial que ele sinalize o atendimento dos anseios dos trabalhadores, empresários produtivos, setores médios e os movimentos sociais. Daí a necessidade de uma Nova Carta aos Brasileiros, enfatizou. E, em relação ao plano eleitoral do PCdoB, o Partido precisa crescer e se fortalecer, disse. Para ele, as prioridades são a Câmara dos Deputados e a superação da cláusula de barreira de 5% dos votos, sem desconsiderar a disputa para cargos majoritários, como governadores e senadores.

Bolívia

Ao tratar das questões referentes à integração continental, Renato foi ao ponto: esta é uma luta desigual e muito difícil, principalmente quando se trata de realizar a integração com lideranças, e sem uma política hegemônica mas levando em conta os interesses comuns dos povos.

O exemplo, em sua opinião, é a histeria provocada pela nacionalização dos hidrocarbonetos pelo governo do presidente Evo Morales, na Bolívia. Neste particular, disse, é necessário levar em conta três questões nodais:

• Esta é uma questão de soberania nacional, e a Bolívia, o povo boliviano, tem o direito de nacionalizar suas riquezas.

• A direita neoliberal, que demonstra uma indignação hipócrita e violenta contra a nacionalização, na verdade é contra a integração continental; para eles, o Brasil precisa aproximar-se dos EUA e Europa, e não dos povos pobres da América e de outros continentes.

• Praticam um “cosmopolitismo de cócoras” e procuram rebaixar o papel do Brasil e de Lula como liderança importante dessa integração.

A histeria direitista e conservadora faz parte da luta política em curso no Brasil, luta ideológica da mais alta importância, ressaltou Renato Rabelo.