Tarso Genro: irmã de Dantas ''não é muito credenciada''

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse, nesta quinta-feira, que a executiva do banco Opportunity, Verônica Dantas, "não é muito credenciada" e desqulificou a declaração dela – d

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse, nesta quinta-feira, que a executiva do banco Opportunity, Verônica Dantas, "não é muito credenciada" e desqulificou a declaração dela – de que lideranças do PT tentaram extorquir "dezenas de milhões de dólares" do banco.

Verônica – irmã de Daniel Dantas, que comanda o Opportunity – afirmou, em depoimento a um juiz de Nova York, que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda) teriam tentado obter R$ 10 milhoes, em favor do PT.

Ao responder à observação de um repórter de que, segundo denúncia de Verônica, pedidos do Opportunity foram rejeitados pelo governo depois de suposta negativa de doação ao PT, Genro respondeu: "Para nós do governo, essa informação não tem nenhuma credibilidade."

O ministro de Relações Institucionais disse ainda: "Todas as fontes que atacam o governo começam a minguar e perder a credibilidade. É de pasmar. Agora, é uma irmã do Daniel Dantas nos Estados Unidos."

Nessa linha de raciocínio, Genro acrescentou que a CPI dos Bingos, no Senado, ainda em andamento, "vem perdendo a sua eficácia e a capacidade de fazer investigações".

A denúncia de Verônica Dantas foi apresentada à CPI dos Bingos, durante depoimento do ex-secretário do PT, Silvio Pereira, pelo senador Arthur Virgílio (PSDB). Virgílio apresentou um documento, assinado pelo advogado do Opportunity nos Estados Unidos, Philip C. Korologos, com trechos do depoimento de Verônica.

Dantas: vilão protegido dos tucanos

Em artigo publicado na edição de hoje do Vermelho, o jornalista Luiz Carlos Antero esclarece quem é Daniel Dantas e como esse empresário faturou fortunas em negociatas durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

No artigo intitulado "Um Dantas por cem Valérios", Antero relata que a oposição protege exemplarmente, com imenso zelo, o banqueiro Daniel Valente Dantas.

"Síntese dos personagens da nossa História que enriqueceram ao preço da fome e da miséria de milhões, desde a colonização, Dantas é ícone de uma trajetória de impunidade, que inclui ações lesivas a cerca de 400 mil participantes dos 12 mais importantes fundos de pensão do País. Conseguiu mais uma vez, no dia dois de maio, mediante habeas corpus, fugir ao depoimento no caso Kroll, um rumoroso caso de espionagem perpetrado contra — entre outros diversos cidadãos — Luís Roberto Demarco, um ex-sócio de seus numerosos negócios; o jornalista Paulo Henrique Amorim e membros do governo federal", diz o jornalista.

"O fato, comparado à propalada 'invasão de privacidade' do caseiro Francenildo, é aberrante: Dantas é acusado de invadir a privacidade do caseiro, do dono da casa, do inquilino, de todo mundo, de acordo com uma de suas maiores vítimas. Mas, paradoxalmente, trata-se de um singelo pecado venial, pois DVD já foi muito além do ato de pagar e receber propinas, comparecer a festinhas ou penetrar na intimidade das pessoas. Foi estrela nos fundos de pensão e nas privatizações de FHC, faturou fábulas durante o seu governo e, com seu Opportunity Fund, as manipulou rumo às ilhas Cayman, como revelou o caso com o Citibank, de Nova Iorque", complementa Antero.