PSDB volta à Justiça para censurar Jornal da CUT-SP
Em mais um ato contrário às tradições democráticas e à liberdade de expressão, o PSDB entrou com representação na Justiça para censurar a última edição especial do Jornal da CUT-S
Publicado 11/05/2006 20:50
Perplexa com a ofensiva tucana, a central compara a representação do PSDB aos sórdidos e onipresentes atos praticados pelo governo durante o regime militar no Brasil (1964-1985). A ação contra o jornal é uma clara tentativa de intimidar a CUT, com suas 3.489 entidades filiadas e representação de 22.5 milhões de trabalhadores. Os fatos acontecem na mesma semana em que o presidente Lula assinou medida provisória legalizando as centrais sindicais — o que revela a discrepância entre a truculenta política tucana e o compromisso dos governos de esquerda com o povo.
Confira a íntegra da nota.
Passados 42 anos da ditadura militar, época nefasta da nossa história, é com profunda indignação que sentimos a volta da censura. Fato que evidencia a nossa perplexidade é a representação do PSDB movida contra a CUT/SP, na terça-feira, dia 9/05, referente ao jornal especial do Dia Internacional dos Trabalhadores, 1º de maio.
Tal ação nos acusa de fazer campanha eleitoral e ordena a proibição e distribuição do nosso Jornal, bem como a sua veiculação na nossa página da internet.
Em primeiro lugar, a CUT — maior Central Sindical da América Latina e 5º maior do mundo — jamais desrespeitou as leis que rezam este país, ao contrário, sempre zelou e lutou pelo seu aperfeiçoamento e cumprimento. Em segundo, o nosso jornal não tem nenhum caráter eleitoral, pois não mencionamos “propaganda de ninguém”, apenas fizemos nossa análise política, fundamentada em notícias e estatísticas amplamente divulgadas pelos meios de comunicação.
A representação do PSDB é um equívoco e um ataque à democracia e à liberdade de expressão. Não são com medidas que cerceiem a liberdade e ordenem a censura que os diversos problemas enfrentados no Estado de São Paulo — como a onda de rebeliões e violência na Febem; o aumento da criminalidade; a matança de jovens nas periferias; a falta de médicos e materiais básicos nos hospitais; o analfabetismo funcional entre outros – serão resolvidos, mas com diálogo e transparência.
Há 12 anos, a CUT/SP e os sindicatos filiados do funcionalismo público estadual propõem ao ex-governador a instalação de uma mesa permanente de negociação, para se discutir e implementar políticas públicas que melhorem os serviços públicos, bem como a sua qualidade. No entanto, o governo do PSDB sequer atendeu as nossas solicitações, se fechando ao debate.
Já tomamos as medidas judiciais cabíveis para impedir a volta da censura e assegurar a manutenção da liberdade de expressão e da democracia — principais conquistas do nosso país.
Edílson de Paula
Presidente da CUT/SP