Martinho da Vila recebe título de Cidadão Baiano

Em uma sessão regada a muito samba e emoção, na noite desta quinta-feira, 11/5, o cantor e compositor Martinho da Vila recebeu o título de Cidadão Baiano, no plenário da Assembléia Legislativa da Bahia. A cerimônia

Martinho da Vila, estudioso da história e dos elementos culturais brasileiros, das origens e do papel de cada uma das três raças no processo de formação cultural do País, é uma referência quando o assunto é samba, ritmo contagiante com forte influência da cultura afro descendente.

Com a concessão do título ao cantor, compositor e escritor, o Legislativo baiano atendeu a proposição do deputado estadual Álvaro Gomes, subscrita pelos deputados Edson Pimenta e Javier Alfaya (todos do PCdoB-BA), como forma de prestar uma homenagem ao samba, às raízes brasileiras e à cultura negra. “Muita gente não sabe, mas a história de Martinho da Vila é marcada por uma forte ligação do artista com a Bahia. Além disso, o Brasil, o samba e a inspiração de Martinho nasceram aqui, onde aconteceu o primeiro choque cultural e as primeiras lutas populares e o surgimento de uma identidade brasileira”, afirmou Álvaro.

Emocionado, em seu discurso, Martinho agradeceu a homenagem e disse que embora seja avesso a vaidades, se sentia muito vaidoso com a nova condição de cidadão baiano, e que agora tem a honra de ser conterrâneo de Dorival Caymmi. O sambista afirmou que suas raízes musicais estão ligadas umbilicalmente à Bahia, e lembrou seu primeiro sucesso, de 1968, cantando “na minha casa todo mundo é bamba”. Em seguida cantou todo o samba-enredo, sucesso de 1969, da escola de Vila Izabel – o clássico “Cais dourado da velha Bahia”, de sua autoria -, pelo qual foi “acusado” de estar levando para o carnaval do Rio o samba da Bahia.
 
 Martinho ingressou na vida partidária filiando-se ao Partido Comunista do Brasil(PCdoB) em 2005. Ao ser perguntado sobre a manifestação de alguns artistas que em shows conclamam o voto contra Lula, Martinho disse que “Isso é uma postura de pouco conhecimento da política, porque você não pode ter democracia sem Congresso, sem políticos, sem votos. Então é uma postura antiga, não pensada”. 
“Sejam felizes, muita música na vida”, desejou aos homens e mulheres da Bahia.