“Falta de treinamento provocou acidente na Ritz”
Funcionário do setor de Epóxi há seis anos, o forneiro Edson Adriano da Silva, 35 anos, foi vítima de mutilação na manhã do último dia 24, enquanto furava uma peça no setor de fundição, onde estava “empresta
Publicado 10/05/2006 15:40 | Editado 04/03/2020 16:52
“Falta de treinamento provocou acidente na Ritz”
Para o diretor do Sindicato Carlos Roberto Rodrigues, metalúrgico na Ritz Comercial, a falta de treinamento adequado foi a principal razão para que, há poucos dias, um trabalhador da Ritz do Brasil perdesse um dos dedos da mão direita. Ele ainda critica o fato de as CIPAs da Ritz do Brasil e Ritz Comercial terem sido fundidas. “A experiência tem sido negativa para os trabalhadores”, critica.
Funcionário do setor de Epóxi há seis anos, o forneiro Edson Adriano da Silva, 35 anos, foi vítima de mutilação na manhã do último dia 24, enquanto furava uma peça no setor de fundição, onde estava “emprestado” há cerca de um mês. Segundo ele, mesmo tendo sido desviado de sua função, não foi treinado para exercer a nova tarefa.
O diretor do Sindicato também acusa a CIPA de omissão em relação à segurança. Segundo ele, no dia do acidente, um dos cipeiros estava ao lado do trabalhador que se acidentou. “Os cipeiros precisam estar cotidianamente envolvidos com a segurança na fábrica e não apenas cobrar a utilização de equipamentos de proteção individual, como ocorre atualmente”.
Ele lembra que, na semana anterior à mutilação sofrida por Édson, outros dois trabalhadores haviam se acidentado com gravidade: um deles teve um dos dedos esmagado e o outro sofreu um corte profundo causado por limalha. “Tudo isso é sinal de que algo anda errado com a segurança nas duas unidades da Ritz. Vamos pedir providências, mas os trabalhadores também devem cobrar melhores condições de trabalho”, orienta.
CAT deve ser emitida mesmo sem perda de tempo
O diretor do Sindicato aproveita para alertar os companheiros a cobrarem a emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) em qualquer caso de acidente. Segundo ele, quando o acidente é de pequena proporção e não gera afastamento do trabalho, a Ritz costuma dispensar a emissão da CAT, descumprindo o que prevê a lei.
“Eu mesmo tive que exigir que a minha CAT fosse preenchida na última segunda-feira, quando sofri um pequeno corte na mão direita enquanto trabalhava”, conta. Neste dia, ele recebeu os primeiros socorros de um colega da produção, pois a enfermeira não se encontrava no setor. “Este é outro problema que enfrentamos atualmente”, diz.
Alexandre Magalhaês