CGU diz que denúncia de ex-secretário do PT é genérica
Segundo o ministro da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, o ex-petista Silvio Pereira não apresentou nada de concreto. "Ele faz apenas afirmações genéricas, que dizem pouco mais que o óbvio: falar em empr
Publicado 08/05/2006 08:44
O ministro da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, divulgou nota ofical para comentar a entrevista do ex-secretário do Partido dos Trabalhadores Silvio Pereira, que aponta um esquema de corrupção que arrecadou ilegalmente recursos.
Segundo Hage, o ex-petista não apresentou nada de concreto. "Ele faz apenas afirmações genéricas, que dizem pouco mais que o óbvio: falar em empresas combinarem entre si nas licitações – o famoso "combinemos" – é lamentável dizer, mas é algo absolutamente corrente no meio empresarial. Ouço falar nisso pelo menos desde que me entendo como gente. Dizer o contrário, fingir surpresa diante disso ou é ingenuidade ou é cinismo", afirmou.
O ministro ainda reafirmou que o trabalho da CGU é investigar as denúncias envolvendo recursos públicos federais. "Mas, para isso, é preciso que a denúncia traga fatos concretos – nomes, órgãos, valores, alguma coisa que revele um mínimo de consistência e objetividade".
Tarso: informações não acrescentaram nada
Quem também não viu novidades nas declarações de Pereira foi o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Tarso Genro.
Ao comentar a entrevista do ex-secretário do Partido dos Trabalhadores, Tarso afirmou que as informações não acrescentaram "nada do ponto de vista político". Para o ministro, a entrevista mostra que o esquema citado por Silvio Pereira não contradiz o governo, mas indica que os planos de obter recursos não tiveram êxito.
"Para o governo, do ponto de visto político, não agregou nada. Pelo contrário. O que fica latente do depoimento de Silvinho, e de maneira muito expressiva, é que o esquema não conseguiu desconstituir as defesas do governo. Nada foi obtido daquilo que o presumido esquema tinha como intenção", afirmou o ministro.
O ex-secretário geral do PT, Silvio Pereira, no último final de semana, em entrevista à imprensa falou sobre o esquema de arrecadação ilegal de dinheiro para partidos da base governista. O ex-integrante do PT afirma que a fonte dos recursos que foram "injetados" no partido tem origem em um "pool" de empresas, empenhadas em ganhar contratos com o governo e também em garantir o destino de emendas de parlamentares.
Na entrevista, Pereira também revela que o plano do empresário Marcos Valério com o PT era "arrecadar o montante de R$ 1 bilhão", em quatro áreas, todas com pendências herdadas do governo FHC: Banco Econômico, Banco Mercantil de Pernambuco e Opportunity, além de operações de passivos na área da agropecuária. Mas estas operações não teriam dado certo por que a atual administração do Banco Central impediu.
Tarso Genro ainda disse que o ex-dirigente do Partido dos Trabalhadores Silvio Pereira é uma pessoa que está "atormentada espiritualmente". Segundo Tarso, o ex-secretário ficou assim, depois de ter sido descoberto com o "presente" que ele recebeu – um jipe da empresa GDK, que tinha contratos com a Petrobras. Na época, o petista disse que cometeu um erro e pediu desculpas à militância do partido.
Da redação,
com informações das agências