9º CeCUT: CSC cresce no movimento sindical mineiro

A Coordenação Estadual da CSC considerou uma grande vitória dos Classistas mineiros, que atingiu 30% dos delegados, sendo reconhecida pelas demais forças como a corrente que mais cresceu no último período, mesmo não elegendo o

9º CeCUT: CSC cresce no movimento sindical mineiro

 

Após três dias de congresso, os 424 delegados e delegadas ao 9º congresso estadual da CUT Minas Gerais elegeu o eletricitário, Lucio Guterrez, como o novo Presidente da Central Única dos Trabalhadores no estado.

 

A abertura dos trabalhos ocorreu na noite de sexta feira com a presença de dirigentes partidários, deputados estaduais e federais, vereadores de diversos municípios mineiros, e lideranças dos movimentos sociais: MST, UEE, UCMG, CONAN, UBM, UNEGRO etc…
Dois temas concentraram os discursos dos convidados durante abertura do congresso, as eleições de outubro e a mobilização e luta dos movimentos sociais para fortalecer e impulsionar as mudanças necessárias para o próximo período.

 

No que refere às eleições de outubro, dirigentes partidários, destacaram os avanços produzidos pelo atual governo na política internacional, no avanço da democracia, e da proteção social, compreendendo ainda a necessidade de fortalecer o núcleo de esquerda no interior do governo, para permitir mudanças e avanços num provável segundo mandato presidencial, fundamentalmente na política macroeconômica. Os dirigentes partidários deixaram uma forte marca em suas oratórias. Conforme expressaram os oradores do PC do B, João Batista Cassiano e do PT, Aloísio Marques: não podemos deixar em hipótese alguma permitir o retorno ao poder central nas eleições de outubro da direita neoliberal, comandado pelo PSDB/PFL.

 

Quanto aos movimentos sociais todos os dirigentes presentes na abertura destacaram a necessidade de aprofundar a autonomia e independência em relação ao governo, fortalecer a Coordenação dos Movimentos Sociais. A proposta tem como base na plataforma aprovada durante o 2º Fórum Social Brasileiro que indica a realização de grandes mobilizações a partir de uma nova Carta aos Brasileiros, que deverá ser divulgada em meados de junho durante uma grande manifestação que será organizada pelo conjunto de entidades que compõem a CMS.

 

Durante o sábado, os delegados e delegadas debateram os temas: conjuntura internacional, nacional e estadual, estratégia da CUT, balanço da direção estadual e nacional, bem como finanças e estatuto. Para cada um dos temas propostos para debate ao congresso, as correntes organizadas no interior da central apresentaram suas posições. Durante todo o debate observou-se uma grande participação dos mais de quatrocentos delegados presentes em plenário.

 

O domingo começou com a presença em plenário do pré-candidato ao governo de Minas, o jornalista Nilmário Miranda. Dirigindo-se aos trabalhadores dizendo da necessidade de derrotar em Minas Gerais o tucano Aécio Neves, nas eleições de outubro, a partir de uma ampla aliança com setores da esquerda e de centro-esquerda do Estado. Miranda discorreu ainda sobre a entrevista concedida ao Globo pelo ex. dirigente do PT, Silvio Pereira, no qual destacou que nada de novo havia sido relatado por Silvinho e que à direita e a mídia destemperada poderá transformar a entrevista em nova frente de denúncias e pressão contra o governo, “devemos estar preparados para mais uma nova bateria de acusações infundadas”.

 

Enquanto isto, nos bastidores, corria solto as articulações para a formação da nova direção estadual da CUT. Como já é de rotina nos congressos da central, vários problemas envolvendo entidades e delegados da força majoritária, a Articulação Sindical.

 

Paralelamente às manobras da tesouraria e da secretaria do congresso, a CSC buscava construir uma chapa unitária, com o companheiro Jota na presidência da Central. A proposta tinha com base uma plataforma política classista, com participação equânime de todas as forças e a distribuição qualitativa dos cargos de direção (presidência, tesouraria, secretaria geral etc.). Depois de varias reuniões o chamado campo petista (Artsind, CSD, TM e rurais petistas), recusou todas as propostas apresentadas para a construção de uma chapa ampla e democrática. No limite, a coordenação da CSC poderia abrir mão da indicação do Presidente, para viabilizar a chapa unitária, o que não logrou êxito, devido à postura hegemonista da força majoritária, que concluiu o processo de construção da chapa, excluindo a CSC, Trabalho, PCO, e independentes.

 

Com a exclusão da CSC, não restou outra alternativa se não lançar uma chapa para disputar a direção da central. O resultado final foi: 289 votos para a chapa 1 (campo petista) e 121 votos para chapa 2 (CSC, Trabalho, PCO e independentes). Mesmo perdendo a Presidência da CUT-MG, a coordenação estadual da CSC considerou uma grande vitória dos classistas de Minas Gerais, que passou do último congresso estadual de 19% dos delegados para 30%, sendo reconhecida por todas as forças como a corrente que mais cresceu no último período. Este resultado foi ainda confirmado com o crescimento da bancada classista ao congresso nacional da CUT, que passou de 31 delegados no oitavo congresso, para 49 delegados  ao próximo Concut.

 

Ao final do Congresso Estadual da CUT-MG, a Presidente estadual do PC do B, Jô Moraes fez questão de destacar em reunião plenária o êxito político e organizativos dos classistas no congresso, destacando que a batalha pela hegemonia do movimento sindical mineiro continua e o mais importante foi que a direção da CSC mineira, os sindicatos e os delegados conseguiram avançar neste rumo.

 

Gilson Reis
Dirigente Nacional da CUT e da CSC