Parlamentares começam a demitir assessores presos
A prisão de 46 pessoas, inclusive assessores de parlamentares, pela Polícia Federal na operação Sanguessuga causou demissões em gabinetes do Congresso. Entre os presos está o filho da deputada Edna Macedo (PTB-SP), Otávio
Publicado 04/05/2006 20:21
Otávio Fernandes, marido da deputada e pai de Otávio José, disse que o advogado da família já está entrando com um pedido de habeas-corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que não foram informados sobre o teor da acusação contra o filho. "Não temos informação nenhuma. Só sabemos que a Polícia Federal cumpriu determinação da Justiça de Mato Grosso", afirmou ele.
Segundo o pai, Otávio José prestou depoimento na presença dos advogados, fez exame no Instituto Médico Legal e está preso. "A gente confia na Justiça", afirmou Fernandes. Ele negou que o filho trabalhe no gabinete da deputada. Segundo o pai, Otávio José está desempregado, fazendo concurso público e executando alguns serviços na área de informática.
O deputado João Mendes (PL-RJ) exonerou nesta quinta-feira o assessor parlamentar Régis Moraes Galheno, preso na operação "Sanguessuga". O parlamentar vai divulgar uma nota ainda nesta tarde sobre a questão. O líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PMDB-PB), também exonerou o seu assessor parlamentar, Marcelo Carvalho, preso na operação da PF.
A assessoria do deputado Vieira Reis (PRB-RJ), cujo assessor Cristiano de Souza Bernardo também foi preso pela PF, informou que o deputado está procurando mais informações para saber o que aconteceu. Cristiano, segundo informações da assessoria, já trabalhava na Câmara antes de Vieira Reis assumir o mandato em 2003.
A assessoria do deputado Maurício Rabelo (PL-TO) informou que Luiz Carlos Moreira Martins, outro preso, não tem vínculo com seu gabinete. Segundo a assessoria de Rabelo, Martins é consultor autônomo que atua na Câmara prestando serviços para diversos gabinetes e já prestou serviços ao parlamentar.
A assessoria do deputado Nilton Capixaba (PTB-RO) informou que o parlamentar está próximo à fronteira com a Bolívia, em local de difícil comunicação, e ainda não foi informado sobre a prisão de seu assessor Francisco Machado Filho.
O deputado Benedito Dias (PP-AP) afirmou que Erik Janson Sobrinho de Lucena, inicialmente citado como seu assessor parlamentar e também preso, não trabalha mais com ele "há mais de três anos". Segundo a PF, Lucena seria empresário.
O deputado Pastor Pedro Ribeiro (PMDB-CE) disse que Adarildes Costa, presa na operação da PF, trabalha com ele há quase sete meses. "Estou convicto que qualquer coisa que ela tenha feito, que eu não sei o que foi, não teve nada de escuso com o gabinete", disse Pedro Ribeiro.
A deputada Elaine Costa (PTB-RJ), cujos assessores Marco Antonio Lopes e Nívea Martins de Oliveira também foram presos na operação da PF, está de licença médica. No gabinete do deputado Eduardo Seabra (PTB-AP), a informação era que ele tinha viajado para o Estado e que tentariam um contato com ele amanhã.
Fonte: Agência Estado