Sindicalistas discutem atuação da CUT em Pernambuco

O Congresso Estadual da CUT, que teve início no dia 1º de maio, decidiu, na tarde de ontem (02), que a entidade deve sim participar ativamente do processo eleitoral, colocando sua opinião e fazendo reivindicações aos candid

Depois de relevante debate sobre a conjuntura internacional, nacional e estadual, os congressistas resolveram que é de extrema importância a participação da entidade nas eleições gerais de outubro. “Nós achamos que os movimentos sociais têm um grande papel a cumprir. Devemos fortalecer a luta para reeleger Lula, porque ele é o candidato afinado com os interesses dos trabalhadores, mas, por outro lado, cobrar que as transformações pelas quais lutamos sejam prioridade em um novo mandato”, esclareceu Moacir Paulino, da direção estadual da CUT/PE.

 

Nas discussões, ficou clara a necessidade de mobilizar os trabalhadores do campo e da cidade para cobrar avanços na política econômica. Hoje, as intervenções foram no sentido de buscar maneiras de fortalecer a CMS – formada por entidades como CUT, UNE, UBES, e MST – cuja orientação é a de reunir os trabalhadores em prol da vitória das forças progressistas.

 

“Também falamos do crescimento da CUT, com ênfase na ampliação do número de trabalhadores sindicalizados e na filiação de novos sindicatos à entidade. Houve um amplo debate, muito proveitoso, sobre a questão dos sindicatos rurais no Estado”, explica Antonieta Trindade, vice-presidente do Sintepe e delegada no Congresso. É que, hoje, existem duas federações de sindicatos rurais em Pernambuco – a Fetape, histórica entidade que reúne cerca de 180 sindicatos, e a Fetraf, que congrega, segundo alguns trabalhadores presentes, apenas três sindicatos.  Todos concordaram que a criação desta segunda entidade foi equivocada, pois divide os trabalhadores no campo. Ficou acordado que a CUT deverá agir para reforçar o trabalho da Fetape.

 

Agora à tarde, os trabalhadores estão discutindo mudanças estatutárias e o plano de lutas da entidade. Amanhã, serão realizadas a plenária final e a eleição da nova diretoria da CUT/PE para o triênio 2006/2009. Vale comentar que a Corrente Sindical Classista (CSC) participa ativamente do Congresso, com 25% dos integrantes, fazendo intervenções organizadas e em busca da unidade dos trabalhadores.

 

Abertura – Sob o tema “Desenvolvimento com Distribuição de Renda”, o Congresso foi iniciado, oficialmente, no final da tarde do dia 1° de maio. A idéia era, abrir os trabalhos e homenagear os trabalhadores, com um ato político-cultural. A mesa foi composta pelos sindicalistas Messias Melo, Heleno Araújo, Valéria Silva e Sérgio Goiano e pelos representantes do Fórum de Mulheres, do PT, do PCdoB e da UNE.

 

 O posicionamento dos trabalhadores filiados à CUT de reforçar a luta das esquerdas pela reeleição já começava a ser explicitado no evento, que aconteceu no auditório da Faculdade de Ciências da Administração de Universidade de Pernambuco (FCAP/UPE), onde seguem os debates. Na ocasião, a secretária de Imprensa da CUT-PE, Valéria Silva, foi enfática ao chamar a atenção dos participantes para a importância de impedir a retomada do neoliberalismo no País e disse que, “somente com luta e união, os trabalhadores podem mudar a conjuntura que hoje cerca o País”.

 

O vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB), fez o discurso mais aplaudido. Ele abordou a importância de o Brasil reeleger um governo de esquerda para a integração da América Latina. Também enumerou os principais investimentos do Governo Federal no Nordeste e as conquistas sociais do mandato do presidente Lula.

 

O presidente da CUT-PE, Heleno Araújo, disse que existia um misto de alegria e tristeza na comemoração do Dia do Trabalhador e frisou que os desafios são inúmeros. “Lutar, manter e ampliar nossas conquistas, além de garantir emprego para os 324 mil trabalhadores desempregados na Região Metropolitana do Recife”.

 

Do Recife,
Joana Rozowykwiat, com informações da CUT/PE