Amanhã uma mulher preside o Brasil

A ministra Ellen Gracie Northfleet, do Supremo Tribunal Federal (STF), assumirá interinamente a Presidência da República nesta quinta-feira (3), durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Puerto Iguazu (Argentina). Ellen Gracie

A presidente do STF ocupa o quarto lugar na linha constitucional de substituição, mas deve assumir a interinidade porque Lula convidou, para a companhá-lo na viagem, os três outros substitutos: o vice-presidente José Alencar, o presidente da Câmara, Aldo Rebello (PCdoB-SP), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O fator eleições de outubro

"Os três primeiros na linha de sucessão foram convidados e a ministra Ellen deve assumir", informou um assessor direto de Lula.

Até o final da manhã desta quarta-feira, apenas Renan Calheiros não havia confirmado oficialmente sua participação na comitiva, mas dois interlocutores adiantaram que o presidente do Senado aceitará o convite. As assessorias de Alencar e Aldo confirmaram que ambos viajam com o presidente.

Os substitutos políticos de Lula preferem não assumir interinamente, para preservar as condições legais de disputar as eleições de outubro. Nos seis meses anteriroes à votação, de acordo com a lei, quem ocupar um cargo executivo (presidente, governador, ministro, secretário ou prefeito), mesmo que por algumas horas, fica proibido de disputar o pleito.

A lei abre uma exceção para os vices no final do primeiro mandato (situação de Alencar) e permite que, nesses casos, disputem a reeleição, mas não outros cargos. Como Lula ainda não definiu quem será o candidato a vice na provável chapa da reeleição, Alencar prefere preservar-se para outras opções (especialmente o Senado, por Minas).

Aldo Rebello é candidato a mais um mandato como deputado, mas seu nome também aparece em articulações para o Senado ou o governo de São Paulo. Calheiros é uma das alternativas para vice da possível candidatura de Lula, caso o PMDB aceite o convite do presidente para uma coligação nacional.

Lula vai a Puerto Iguazu para uma reunião de emergência com os presidentes da Argentina, Nestor Kirchner; da Venezuela, Hugo Chávez; e da Bolívia, Evo Morales. Eles vão discutir a nacionalização do setor de gás e petróleo na Bolívia, decretada por Morales na segunda-feira.
Fonte: Agência Brasil