380 mil acidentes de trabalho por ano, “verdadeira guerra”
O Brasil tem um prejuízo aproximado de R$ 21 bilhões por ano com gastos em acidentes de trabalho. Este número, resultado de pesquisa realizada pela Fundação de Economia da USP e que representa cerca de 4% do PIB brasileiro, é c
Publicado 30/04/2006 11:13
A última estatística realizada pelo Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho, em 2004, mostra que o número de acidentes de trabalho no Paraná, aumentou em relação a anos anteriores. De 35.185 acidentes com processos encerrados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) depois de completado o tratamento e indenizadas as seqüelas, 212 trabalhadores morreram e 968 ficaram permanentemente incapacitados. Em 2003 haviam sido registrados 30.906 acidentes com 225 óbitos, que deixaram 846 pessoas inválidas. De 2003 para 2004 houve um aumento de mais de 4,3 mil acidentes de trabalho.
Levantamento realizado pelo Comitê Estadual de Investigação de Óbitos e Amputações Relacionadas ao Trabalho – formado por representantes de diversos órgãos e instituições, como o Ministério Público, secretarias estaduais, INSS e a Delegacia Regional do Trabalho, mostra: em Curitiba, de 1998 a 2005, foram investigados pela Secretaria da Saúde 716 óbitos, 365 amputações e 810 acidentes graves supostamente relacionados a atividades laborais.
A atualização e a exatidão desses dados , segundo Barros, se torna difícil porque menos da metade dos acidentes de trabalho que acontecem no Estado são notificados às autoridades. "E o grande número de trabalhadores no mercado informal faz com que esta estatística possa ser duplicada", observa.
A representante do Ministério Público do Paraná no comitê, Roselene Sonda, defende a criação de um banco de dados que reúna informações dos diversos órgãos que atuam nesses casos, pois os números desencontrados dificultam que o governo adote uma política pública eficiente para reverter o quadro.
Industrialização pode agravar o quadro
Há um aumento do número de acidentes no Paraná, nos últimos anos. Em 2001 foram cerca de 24 mil, em 2003 saltaram para 30 mil e em 2004, para 35 mil. Isto pode ser atribuído, segundo o representante do ministério, à retomada da economia paranaense, que nos últimos dez anos teve seu PIB aumentado de R$ 35 para R$ 70 bilhões. "O processo de industrialização pode ter contribuído para esse aumento, principalmente nos setores madeireiro, moveleiro e agrícola". No interior do estado, grande parte dos maquinários é antiga e oferece riscos ao trabalhador, que na maioria das vezes não recebe o treinamento adequado.
Barros reclama do pequeno número de auditores fiscais para realizar o trabalho de orientação sobre segurança nas empresas. Segundo ele, em todo o Brasil são apenas 3 mil e no Paraná, são 140 fiscais mais 35 especialistas na área de segurança do trabalho. Cada um deles, atende uma média de 30 empresas por mês.
Com informações
da Agência Brasil