Worker's World: A hipócrita política de imigração dos Estados Unidos
O jornal americano Worker's World comenta os aspectos da lei que privilegia a imigração de cubanos, por vias ilícitas, e criminaliza outros imigrantes que tentam entrar no território dos Estados Unidos e não contam com a 'sorte' de te
Publicado 27/04/2006 11:12
O congressistas americanos debateram bastante sobre as leis de imigração do país nos últimos dias. Termos vazios, como “correção” foram citados várias vezes. A maioria dos trabalhadores sem documentos nos EUA — ou ilegais, como prefere chamar a imprensa hegemônica — foram citados como pessoas que “pularam a linha de fronteira”.
Porém, basta uma rápida olhada na criminosa lei conhecida por “Cuban Adjustment Act”, (CAA) para remover essas distorções engenhosamente criadas pela mídia.
Enquanto o Congresso ameaça declarar os trabalhadores sem documentos como bandidos, essa lei especial de 40 anos de idade premia a imigração irregular vinda de e somente de Cuba. Ela é conhecida pelo seu apelido de “Lei do Pé Molhado/Pé Seco”.
Para que o imigrante seja bem-sucedido, a única requisição da lei é que o ele seja cubano e consiga alcançar terra firme antes de ser preso pela guarda de fronteira. Tal imigrante é aceito como legal para receber um visto permanente de residência nos EUA, em até um ano após ter posto os pés em terras americanas. Não há a necessidade de ter passado por um ponto de entrada regular, frise-se.
O governo americano não só utiliza esse aspecto da lei como atrativo para atirar cubanos à água como proíbe a eles que entrem no país pelos meios legais, como por aeroportos e portos, atrasando ou bloqueando vistos para dirimir tentativas legais de imigração.
Em uma nova regulamentação restritiva e para lá de arrogante, a administração americana agora aponta aos americanos de origem cubana quem são seus parentes ou conjuges. Visitas legais, de parentes ou companheiros, são limitadas a apenas uma vez a cada três anos — sem exceções — uma medida que aumenta ainda mais as pressões psicológicas.
O resultado mais famoso e com fim trágico da lei é o da mãe do jovem Elian González, que morreu afogada com outros cubanos numa malfadada travessia rumo à Flórida. Dois casos recentes, um em Cuba e outra na Flórida, ainda permanecem abertos, embora não tenham sido fartamente cobertos pela grande mídia. Na costa de Pinar del Rio, no último 5 de abril, a Guarda Costeira de Cuba interceptou uma lancha que tentava embarcar 39 pessoas, para levá-las de forma ilegal para os Estados Unidos. Sete delas eram crianças, cujas idades iam de 23 meses a 14 anos. Todos haviam aguardado a lancha por dois dias em um pântano infestado de mosquitos, sem água e sem comida.
Duas crianças, de 3 e 11 anos, foram levadas às pressas para o hospital por estarem desidratadas. De acordo com o Periodico26.cu, um dos traficantes entrou no bando para pagar uma dívida de 20 mil dólares, que devia pelo transporte de sua mulher e filho para o México, onde ainda estavam nas mãos de uma gangue de criminosos. Ele contou que o escritório de interesses dos Estados Unidos em Cuba havia negado o visto para sua família, mesmo sendo ele um imigrante legal vivendo desde 1980 no país.
Outro exemplo da CAA em ação, no mesmo dia, de acordo com o jornal South Florida Sun-Sentinel, um barco pesqueiro, com 43 haitianos, um jamaicano e um cubano, ancorou no condado de Broward, na Flórida. Haitianos e o jamaicano, 44 pessoas, foram encarceradas e deportadas. O único que foi permitido ficar foi o cubano (www.sun-sentinel.com).
Uma nova modalidade de tráfico humano é a emigração ilegal de cubanos via México por organizações criminosas que cobram pequenas fortunas pelo “serviço”. A revista mexicana Por Esto, citada em uma reportagem publicada na edição digital do Granma, conta que o negócio — de 200 milhões de dólares — é patrocinado pela famigerada Fundação Nacional Cubano Americana (CANF, em inglês), baseada em Miami, Flórida. A tal “fundação”, que é acusada de dirigir ações terroristas contra Cuba, “transportou” para os Estados Unidos o terrorista de origem cubana Luís Posada Carriles.
Uma nova modalidade de tráfico humano é a emigração ilegal de cubanos via México por organizações criminosas que cobram pequenas fortunas pelo “serviço”. A revista mexicana Por Esto, citada em uma reportagem publicada na edição digital do Granma, conta que o negócio — de 200 milhões de dólares — é patrocinado pela famigerada Fundação Nacional Cubano Americana (CANF, em inglês), baseada em Miami, Flórida. A tal “fundação”, que é acusada de dirigir ações terroristas contra Cuba, “transportou” para os Estados Unidos o terrorista de origem cubana Luís Posada Carriles.
Somente quando o criminoso concedeu entrevistas à mídia na Flórida é que o regime americano o prendeu. Carriles está preso atualmente em El Paso, no Texas, preso como imigrante ilegal e tentando escapar do seu pedido de extradição feito pela Venezuela.
Ele é procurado por ter ajudado a planejar e efetuar o ataque, na Venezuela, contra o vôo 455 da Cubana de Aviación, em 6 de outubro de 1976, que resultou na explosão do aparelho e na morte de 73 pessoas.
Os Cinco Heróis cubanos, Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, Fernando González e René González, foram injustamente aprisionados nos Estados Unidos em 1988, por terem monitorado tais grupos terroristas baseados em Miami que planejavam ações contra sua terra natal.
Uma lei de imigração inteiramente justa deve acabar com o Cuban Adjustment Act assim como garantir direitos integrais a todos os trabalhadores imigrantes.
Por Cheryl LaBash
Do Workers World
Por Cheryl LaBash
Do Workers World