Socialistas se reelegem na Hungria
A coalizão húngara liderada pelos socialistas venceu no domingo a eleição geral, tornando-se o primeiro governo a se reeleger desde a queda do regime socialista, segundo indicam resultados parciais. Apurados 96 por cento dos votos do
Publicado 23/04/2006 21:28
Se confirmada, a vitória será um triunfo pessoal para o primeiro-ministro, Ferenc Gyurcsany, que fez campanha prometendo reformas. O país tem pela frente escolhas difíceis sobre como reduzir o enorme déficit orçamentário da Hungria e evitar uma crise financeira.
Centenas de socialistas, reunidos numa marquise em frente à sede do partido, em Budapeste, festejaram os resultados, à medida que eles apareciam numa enorme tela de TV. Os partidos do governo tinham 198 cadeiras no parlamento anterior. "O governo vai ter uma base muito mais segura para governar do que depois de 2002", disse Laszlo Keri, analista político da Academia de Ciências Húngara.
As projeções da comissão eleitoral são de que o principal partido opositor, Fidesz, liderado pelo ex-primeiro-ministro Viktor Orban, tenha 165 cadeiras. O Fórum Democrata Húngaro, partido menor e de direita, que o Fidesz tentou atrair para uma aliança, fica com 11 cadeiras, segundo as projeções. "Pusemos para fora todos os governos até agora e acho que finalmente chegou a hora de darmos a alguém mais uma chance. Quatro anos simplesmente não são suficientes para cumprir um programa", disse Geza Sandor, eleitor de 35 anos de Budapeste.
Cerca de 174 cadeiras estavam sendo disputadas no domingo, depois do primeiro turno da eleição, em 9 de abril, em que os partidos do governo tiveram a dianteira. O comparecimento às urnas era de 57,6 por cento às 15h30 (GMT), menor que os 61,7 por cento na mesma altura do primeiro turno.
Orçamento
Gyurcsany, do Partido Socialista, se tornou primeiro-ministro em setembro de 2004 depois de uma rebelião partidária contra seu antecessor. O principal problema a ser enfrentado pelo país da Europa Central, que tem 10 milhões de habitantes, é reduzir o déficit orçamentário. Em 6,1 por cento do produto interno bruto, é o maior da União Européia em relação ao tamanho da economia.
Gyurcsany também prometeu reformas, mas não austeridade, já que espera vencer as eleições municipais ainda este ano. A expectativa de alguns economistas é que ele aumente o imposto sobre valor agregado sobre alguns produtos, de 15 por cento para 20 por cento, o que geraria uma receita adicional de cerca de 550 milhões de dólares por ano.
O Fidesz enfrenta mais quatro anos fora do poder e Orban enfrenta sua segunda derrota em três eleições, desde 1998. Mesmo assim, fontes partidárias disseram que ele provavelmente se manterá na direção do partido.
Da Redação
Com agências