BC reduz juro para 15,75%, menor patamar em cinco anos

O Banco Central reduziu nesta quarta-feira (19) a taxa de juros da economia brasileira, que voltou ao patamar de cinco anos atrás. O Copom (Comitê de Política Monetária) determinou, por unanimidade, o corte de 0,75 ponto percentual na taxa


O Copom reduziu a Selic em 0,75 ponto percentual, mantendo o ritmo de redução da taxa básica de juros, que agora vai a 15,75% ao ano. O corte ficou dentro da expectativa do mercado.

O próximo encontro do comitê está marcado para 30 e 31 de maio. A ata da reunião de hoje será divulgada no dia 27 de abril.   

Com a decisão, a taxa de juros já caiu quatro pontos percentuais desde o início do processo de corte, em setembro do ano passado.

 

Este foi o sétimo corte consecutivo e o terceiro dessa magnitude. O primeiro corte, promovido em setembro, foi de 0,25 ponto percentual. Os quatro seguintes foram de meio ponto.

Neste ano, na reunião de janeiro, o Copom aumentou o corte para 0,75 ponto percentual e o mesmo aconteceu no encontro de março. Isso ocorreu porque as reuniões do colegiado deixaram de ser mensais e passaram a ocorrer a cada 45 dias, em média.
Ao final da reunião, o Comitê divulgou nota em que destaca: "Dando prosseguimento ao processo de flexibilização da política monetária iniciado na reunião de setembro de 2005, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 15,75% ao ano, sem viés, e acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".

Repercussão

Paulo Skaf, presidente da Fiesp – "Essas doses homeopáticas não curam a letargia econômica. Seus reflexos práticos no mercado são imperceptíveis e demoram muito para chegar ao orçamento dos consumidores e às planilhas de custos das empresas. Mantida a tendência de pequenos cortes, o Brasil fechará 2006 ainda como campeão mundial dos juros reais".

Boris Tabacof, diretor do Ciesp – "Não causa nenhuma emoção a redução que os membros do Copom promoveram, tendo em vista que a surpresa seria uma redução mais agressiva, entre 1,0% a 1,5%. O nível de atividade continuará respondendo bem aos estímulos, principalmente do mercado interno, e deverá garantir um crescimento do PIB maior do que o de 2005".

Antonio Carlos dos Reis (Salim), presidente da CGT – "Não adianta mudar o ministro da Fazenda por causa dos escândalos e não mudar a política interna do país. A taxa de juros tem que ser uma preocupação primordial do governo, e não apenas substituir as pessoas que se envolvem em escândalos".

Já a CUT (Central Única dos Trabalhadores) divulgou em nota que considera "lamentável que o ritmo de queda da taxa básica de juros continue anêmico".

" Copom e o BC fazem ouvidos moucos à insistência da sociedade, que pede uma redução acelerada em nome de maior crescimento econômico. Além de chatos, tornam-se cada vez mais insensíveis aos interesses de quem não vive da ciranda financeira."

Da redação,
com informações das agências