Começa o 6º Encontro da CSC em Aracaju

Mais de 600 delegados de todo o Brasil participaram na noite de segunda-feira da abertura do 6° Encontro da Corrente Sindical Classista (CSC), na cidade de Aracaju, capital de Sergipe. Abriram os trabalhos os dirigentes da CSC e da Central Única dos T

Na mesa estavam respresentantes de CUTs estaduais, o vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira), Raquel Guisoni, representando a União Brasileira de Mulheres (UBM), Marcelo Brito (Gavião), da direção nacional da União da Juventude Socialista (UJS) e representante da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, a deputada estadual Tânia Soares (PCdoB-SE), Ramon Cardona, secretário para a América Latina da Federação Sindical Mundial (FSM) e o secretário sindical nacional do PSB, Joílson Antonio Cardoso do Nascimento.

João Batista Lemos, o coordenador nacional da CSC, saudou os delegados e passou a palavra aos convidados. Joílson destacou importância do fortalecimento do movimento sindical e disse que a corrente Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB) tem como objetivo somar esforços na busca de uma ampla unidade sindical. O representante da FSM definiu o debate sobre os rumos do sindicalismo como uma importante tarefa para os trabalhadores. Cardona reforçou a tese de que a CSC deve ter participação destacada na FSM. Bira, da CGTB, centrou sua intervenção na defesa do governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva — segundo ele sob intenso ataque das forças conservadoras. Gavião ressaltou o papel da juventude e afirmou que os jovens estão dispostos a lutar cada vez mais em unidade com os trabalhadores.

Em seguida, Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, fez um amplo diagnóstico da conjuntura brasileira. Ele disse que que está em curso uma dura luta pelo poder, que opõe as forças conservadoras ao campo progressista. Renato Rabelo afirmou que apesar da insistência do governo Lula em manter uma política macroeconômica "ortodoxa" é possível notar sinais visíveis de mudanças no Brasil. Uma das principais, segundo ele, é a política de integração latino-americana.

Expectativas

O presidente do PCdoB lembrou que o governo do presidente Getúlio Vargas se destacou pela construção de um Estado nacional, Juscelino Kubitscheck pela integração física do país e Lula desponta por suas ações de unidade da América-Latina, inclusive fisicamente. O que está em jogo, destacou Renato Rabelo, é o progresso do país. O presidente do PCdoB também lembrou a importância de os movimentos sociais — especialmente o sindical — participar ativamente desse processo. Para ele, os trabalhadores precisam somar forças para fazer frente à onda conservadora. E, para isso, a CSC tem papel insubstituível.

Batista, coordenador nacional da CSC, avaliou que a intervenção de Renato Rabelo situou bem os delegados classistas sobre a conjuntura nacional. Para ele, o movimento sindical precisa adotar uma posição independente em relação ao governo e ao mesmo tempo não engrossar as fileiras das forças conservadoras. A quantidade de delegados bem acima das expectativas, explica Batista, se deve a essa correta posição da CSC. "Há um entusiasmo no meio sindical com as propostas da CSC de nem enveredar por um governismo acrítico e nem por uma oposição esquerdista e sectária", destacou o coordenador da CSC. "Soubemos ocupar esse espaço e por isso a Corrente cresce em todo o Brasil", afirmou.

De Aracaju,
Osvaldo Bertolino