Recife sedia II Fórum Social Brasileiro
Entre os dias 20 e 23 de abril, o Recife receberá ativistas de todo o Brasil para discutir e articular a atuação dos movimentos sociais. Eles participarão do II Fórum Social Brasileiro: caminhos para um outro mundo possível.
Publicado 17/04/2006 16:04 | Editado 04/03/2020 16:59
O evento dará destaque à experiência política brasileira vivida nesses últimos anos e às perspectivas da resistência à globalização neoliberal. A proposta do Fórum é contribuir para o aprofundamento do diálogo sobre essa vivência do País, estimulando a troca entre diversos pontos de vista ao invés da mera disputa de posições entre pessoas, redes, entidades e movimentos.
Essa idéia é justamente o diferencial do encontro do Recife: o evento será dividido em "áreas de diálogo", e não em "eixos temáticos", como costuma acontecer em outros fóruns. As áreas de diálogo serão norteadas por quatro eixos: os sujeitos políticos e suas relações; os projetos de desenvolvimento alternativo ao neoliberalismo; a resistência antiimperialista e as alternativas de integração solidária; e a democratização o Estado: por uma nova institucionalidade.
A maior parte da programação acontecerá no campus da Universidade Federal de Pernambuco. O credenciamento começará no dia 19, um dia antes do início das atividades, e poderá ser feito até o dia 21, das 8h às 20h, na UFPE.
Atividades sugeridas – Outra novidade é que, este ano, só acontecerão atividades organizadas pelos próprios participantes (autogestionadas). O fórum, em si, não propôs nenhuma ação, apenas abarcará debates, palestras e manifestações promovidas pelas diversas entidades.
A marcha de abertura é uma delas. A concentração está programada para as 14h do dia 20, na Praça do Derby. De lá as entidades sairão em caminhada, pela Avenida Conde da Boa Vista, até a Praça do Carmo. A chegada deve se dar por volta das 18h30.
No dia seguinte (21), às 15h, será estruturado o Tribunal dos Povos para julgar o Governo dos Estados Unidos por crimes de guerra. A atividade acontecerá no auditório do Centro de Artes e Comunicação (CAC) da Federal. O teólogo belga Françoise Houtart, da Comissão Internacional do Fórum Social Mundial, presidirá o tribunal.
O corpo de jurados será composto por membros de importantes entidades nacionais e as testemunhas de acusação virão de várias partes do planeta, a exemplo de Fauzi el Mashni, representante da resistência palestina, e Adriana Perez, esposa de Gerardo Hernández Nordelo, um dos cinco patriotas cubanos aprisionados nos Estados Unidos.
No dia 22, pela manhã, haverá um debate em torno da cláusula de barreira, medida restritiva, que exige que um partido político tenha 5% do total de votos válidos nacionais para a Câmara dos Deputados distribuídos em pelo menos 9 estados com um mínimo de 2% em cada um deles. Será feito uma chamada democrática, ressaltando a impropriedade da lei em vigor, que, ao invés de ampliar a democracia, a restringe, já que não reconhece a pluralidade política brasileira atual.
O presidente da UNE, Gustavo Petta, e o presidente da CUT (João Felício) também integrarão o debate, que será moderado pelos prefeitos do Recife e de Olinda, João Paulo e Luciana Santos. O evento acontece no Teatro do Parque.
No último dia do Fórum, acontecerá a assembléia nacional dos movimentos sociais, que irá elaborar um calendário de ações e uma plataforma de reivindicações que será entregue ao presidente Lula. O documento deverá conter subsídios para a formulação de uma segunda carta aos brasileiros.
Joana Rozowykwiat