Publicado 14/04/2006 14:39
A direção da Varig recomendou ao Conselho de Administração da empresa que aceite a nova proposta de compra apresentada pela Varig Logística (Varig Log), vendida em janeiro deste ano por US$ 48,2 milhões ao consórcio Volo do Brasil, formado pelo fundo norte-americano Matlin Patterson e três empresários brasileiros.
A nova oferta prevê investimento total na companhia de cerca de US$ 400 milhões, superando a proposta anterior, formulada no início deste mês, que girava em torno de US$ 350 milhões. Após ser apreciada pelo Conselho de Administração, em data ainda a ser definida, a oferta da Varig Log deverá ser submetida à aprovação dos credores.
Em nota divulgada ontem (13), a assessoria de imprensa da empresa informou que "ao recomendar a aprovação da proposta, a diretoria da Varig demonstra, mais uma vez, que continua buscando e analisando todas as soluções de mercado viáveis para a recuperação da companhia".
Pilotos detectaram crise há cinco anos
O início da crise financeira da Varig foi detectado pelos pilotos da companhia há cerca de cinco anos e acabou determinando a demissão de 62 desses profissionais entre fevereiro e setembro de 2002, nas gestões dos presidentes Ozires Silva e Arnin Lore, respectivamente.
A informação foi dada, nesta capital, pelo comandante Fábio Goldenstein, funcionário da Varig desde 1973 e um dos fundadores do fundo de previdência dos trabalhadores, o Aerus.
Esses 62 pilotos se acham em processo de reintegração, paralisado agora por efeito de liminar obtida pela atual direção da Varig, que pleiteia que o processo movido pelos empregados transite em julgado para que haja a reintegração definitiva ao quadro funcional, revelou o comandante Felipe Paiva.
Fábio Goldenstein informou que à época das primeiras 31 demissões, a Varig chegou a distribuir fotos dos pilotos nos postos policiais dos aeroportos, como forma de hostilizar os demitidos. A medida foi reconhecida pelos órgãos de defesa da cidadania como violação dos direitos humanos.
Para os pilotos da Varig na ativa, a demissão foi uma retaliação à denúncia feita à época pela categoria de gestão duvidosa da ex-controladora da Varig, a Fundação Ruben Berta, que levou a companhia à atual situação falimentar.
Fonte: Agência Brasil