5º Encontro Hemisférico contra a Alca termina neste sábado, em Havana
Com a presença de aproximadamente 600 representantes de redes e campanhas sociais das Américas, será concluído neste sábado, 15 de abril, o 5º Encontro Hemisférico contra a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas)
Publicado 14/04/2006 22:43
Com a presença de aproximadamente 600 representantes de redes e campanhas sociais das Américas, será concluído neste sábado, 15 de abril, o 5º Encontro Hemisférico contra a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) e o livre comércio, que ocorre em Havana, Cuba. Convocado pela Aliança Social Continental, a reunião prioriza o debate e a construção coletiva no interior das redes e campanhas, para logo depois passar a um espaço compartilhado, no qual estes movimentos confrontarão propostas por regiões.
Redes e campanhas como o Jubileu Sul, CADA (Campanha para a Desmilitarização das Américas) e COMPA (Convergência de Movimentos dos Povos das Américas) construirão programas de ação para espaços concretos de luta, como a América Central, o Cone Sul, a região andina, etc.
Segundo informações da Minga Informativa, por Marcel Lueiro Caminos no discurso de abertura do encontro, o economista cubano Osvaldo Martínez, diretor do Centro de Estudos da Economia Mundial e presidente do comitê organizador do evento, ressaltou a resistência e o empurrão dos movimentos sociais do Continente frente às políticas neoliberais, que, hoje, o imperialismo trata de impor a nossos povos. Não obstante, assinalou, ainda que presenciemos uma evidente crise do modelo neoliberal, aparecem para nós outras necessidades, como é enfrentar a capacidade do capitalismo para se reajustar constantemente.
"A resposta do Governo de George W. Bush aos problemas mundiais é a militarização e a repressão. A militarização aparece cruamente num gasto militar de cerca de 500 bilhões de dólares, mais da metade do gasto militar mundial, ainda que seja incapaz de evitar o que já é uma evidente derrota no Iraque. E a repressão se expressa de variadas formas, desde uma lei patriota, que mutila os direitos cidadãos e fortalece a ação de um Estado policial, as restrições contra os imigrantes, até a escandalosa prática da tortura de prisioneiros como sistema", assinalou o economista.
O texto de convocação do Encontro afirma que ao longo destes anos, as entidades que promovem o evento lutaram juntas "para que não se faça realidade esse engendro anexionista que pretende recolonizar nossos povos e celebramos o fracasso das negociações na recente cúpula das Américas, em Mar del Plata".
"No entanto, somos conscientes de que o perigo que encerra o projeto ALCA tem ainda plena vigência: a negociação e posterior implementação de tratados de livre comércio (TLCs) do governo dos Estados Unidos com países e regiões de nosso hemisfério e a ofensiva dos países membros da OCDE no marco da OMC, encaminhado a perpetuar sua dominação, põem de manifesto a necessidade de incrementar nossas lutas nesse terreno", diz o texto.
O documento também cita como desafios "o combate contra a militarização e a dívida externa que ameaçam e pressionam a nossos países, a necessidade de avançar na verdadeira integração de nossos povos, a luta pelo direito à terra e a soberania alimentar, o direito de nossos povos ao trabalho, à educação, à saúde, à igualdade entre todas as pessoas sem distinção de raça, sexo ou crença religiosa, enfim o direito ao desenvolvimento e a uma vida digna por todos e todas os homens e mulheres de nossa terra".
Da redação
com informações da Adital