Serra é maquiavélico e pode querer Presidência, diz Marta
A ex-prefeita de São Paulo e pré-candidata do PT ao governo do Estado de São Paulo, Marta Suplicy, disse que acredita na possibilidade de o ex-prefeito José Serra (PSDB) ter como plano C disputar a Presidência da República. “Ele é tão maquiavélico, que é
Publicado 09/04/2006 21:44
O plano A de Serra era a candidatura a presidente, que disputava com o então governador Geraldo Alckmin (PSDB), no início do ano. Com a confirmação pela cúpula do PSDB de que o candidato à Presidência seria Alckmin, Serra passou para o plano B, o atual, de concorrer ao governo paulista, e para tanto deixou a Prefeitura de São Paulo, cargo que havia assumido em janeiro de 2005. O plano C é uma possível substituição de Geraldo Alckmin por Serra na corrida presidencial, caso o ex-governador não apresente bom desempenho nas pesquisa de opinião.
Marta disse que Serra perdeu a credibilidade ao renunciar ao cargo de prefeito, depois de ter feito a promessa, durante a campanha de 2004, de permanecer à frente da prefeitura de São Paulo os quatro anos de mandato se fosse eleito. De acordo com ela, esse fato pesará muito em sua vida política. "Esta é uma marca que ele vai carregar o resto da vida e quando fizer promessas de campanha, as pessoas vão se perguntar se ele tem ainda credibilidade ou não", afirmou.
A ex-prefeita ressaltou que no interior do Estado muitos eleitores ainda não tomaram conhecimento da saída de Serra da Prefeitura da capital. "Isso mostra que há um longo caminho a percorrer e mais sério do que ter descumprido a promessa, foi o fato de que sobrou para nós, moradores de São Paulo, uma pessoa chamada Kassab", disse Marta, referindo-se ao vice-prefeito Gilberto Kassab (PFL), que assumiu no lugar de Serra. "Ele (Kassab) era secretário de Pitta (ex-prefeito Celso Pitta). Nós demoramos quatro anos para reconstruir esta cidade e agora ela volta para as mãos do ex-secretário de Pitta. O Serra tem de prestar contas", disse Marta.
Crise política
A ex-prefeita disse que o PSDB não tem propriedade para falar sobre ética na política. Marta citou a denúncia sobre o acupunturista particular de Alckmin, Jou Jia, cujos pagamentos ao spa de Jou teriam sido feitos com cartões de créditos corporativos, usados por diretores da Secretaria de Educação. "Banho de ética do PSDB só se for agora no spa do acupunturista", ironizou Marta.
A ex-prefeita negou que a crise política enfrentada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva possa influenciar a campanha estadual. "Nada está mostrando isso. O presidente Lula está com cerca de 40% das intenções de voto e Geraldo Alckmin com 20%", comparou. Em relação à sua disputa com o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) para concorrer ao governo paulista, Marta disse que ainda há um caminho longo até 7 maio, quando o partido realizará a prévia para definir o candidato. "Quem perder estará no palanque do outro, fazendo campanha dos deputados, de Lula e do PT", disse Marta.
As informações são da
Agência Estado