Petrobras garantiu 25% do aumento das exportações

''Vilão'' da balança comercial nas últimas décadas, o petróleo impulsionou as exportações no primeiro trimestre e se transformou em ''herói'' em tempos de real forte. O salto nas vendas externas de petróleo e derivados respondeu por 25% do aumento de US$

A participação do produto na exportação do país dobrou e passou de 2,1% para 4,5% na mesma comparação. No primeiro trimestre de 2001, o óleo bruto respondeu por 1,2% dos embarques. Antes disso, sua fatia era irrelevante. No primeiro trimestre desse ano, as exportações brasileiras aumentaram 20%, para US$ 29,4 bilhões, conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento. Sem o desempenho do complexo petróleo, esse crescimento teria sido mais modesto: 15%. A explosão dos preços do petróleo no mercado internacional contribuiu para o bom desempenho das exportações do produto. A cotação barril de petróleo Brent subiu 46,2% em 2005 e mais 14,5% em 2006. Esta é, contudo, apenas metade da explicação. Dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) demonstram que a quantidade exportada de combustíveis aumentou 48,2% nos dois primeiros meses do ano, enquanto os preços subiram 47,7%.

 

A Petrobras vem aumentando consistentemente sua produção. Em 1987, produzia 865 mil barris de petróleo por dia. Deve atingir 1,8 milhão de barris/dia esse ano, uma alta de 10% em relação ao ano passado. Primeira do ranking do comércio exterior, a Petrobras obteve receita de US$ 1,6 bilhão com exportações no primeiro bimestre. A empresa importou US$ 1,59 bilhão, obtendo modesto superávit de US$ 100 milhões. As exportações da Petrobras no bimestre corresponderam ao dobro dos US$ 793 milhões embarcados pela Vale do Rio Doce. A diferença entre as duas deve diminuir em março, devido à expansão dos embarques de minério de ferro.

 

Comportamento dos manufaturados

 

Em 2005, a Petrobras exportou US$ 7,6 bilhões e importou US$ 8,2 bilhões — pequeno déficit de US$ 700 milhões. Nesse ano, a empresa já anunciou que prevê superávit de US$ 3 bilhões, atingindo a auto-suficiência. O motivo do entusiasmo é a a plataforma P-50, que começa a operar em abril e deve atingir 180 mil barris/dia. A Petrobras também planeja três novas plataformas, que somadas teriam a mesma capacidade. Além disso, a estatal quer produzir mais diesel e nafta, o que reduziria as importações.

 

O aumento das vendas de derivados de petróleo influencia até o comportamento dos manufaturados. As exportações brasileiras de gasolina e óleos combustíveis, que integram essa categoria, aumentaram 59% e 170%, respectivamente, no primeiro trimestre. Os dois produtos responderam por 19% do aumento de 16,5% das exportações de manufaturados. Sem os combustíveis, a alta fica em 13,3%. A Petrobras anunciou que deve diminuir a exportação de gasolina por conta da redução de 25% para 20% no teor de álcool na gasolina comercializada no país. O efeito ainda não apareceu na balança. Em março ante fevereiro, a exportação de gasolina cresceu 53% em quantidade e 44% em preço, segundo a Secex.

 

As informações são do
jornal Valor Econômico