Héctor Herrera: EUA querem intimidar a América Latina
O exército dos Estados Unidos realizará entre os meses de abril e maio uma série de manobras militares em vários países da América Latina. A ação foi batizada como “Sociedade das Américas” e envolverá
Publicado 05/04/2006 09:58
Para Herrera, a manobra militar é uma clara tentativa de intimidação de Washington contra os países que não apóiam a administração do presidente George W. Bush. “Só o estão fazendo para intimidar os povos, para intimidar os governos que não são próximos ao governo de Bush”, disse. Segundo o tenente-coronel, nunca antes se viu um deslocamento com essa magnitude, justamente quando o Peru se prepara para eleger seu novo presidente e representantes para o Congresso e ao Parlamento Andino.
“Nunca antes se viu um desdobramento militar tão monumental nas águas do Caribe, com um porta-aviões como o George Washington que não só tem quase cem aeronaves de combate, como possui 6.500 marines, mais toda a fragata. Existem quase 15 mil homens deslocados. Esta operação se dará precisamente em abril e maio, quando temos o povo do Peru votando massivamente em Ollanta Humala”, advertiu. Tenente-coronel aposentado, Humala, do Partido Nacionalista Peruano (PNP), é o candidato favorito nas eleições presidenciais peruanas que acontecerá no próximo domingo, dia 9.
Herrera também alertou aos povos latino-americanos sobre a necessidade de levantar a voz para não permitir esse tipo de intimidação por parte dos Estados Unidos. “Estamos alertando aos povos latino-americanos que não devemos nos intimidar e que devemos levantar a voz”. Sobre a possibilidade de um ataque militar contra a Venezuela, ele avalia que é óbvio que dentro desta ação há uma hostilidade. “Quer mais hostilidade do que fazer reconhecimentos aéreos, navais, ver qual é a geografia dos terrenos ao Sul do Caribe? Vão ver os tipos de navios e estão medindo as águas, as profundidades”, denunciou.
Para Herrera, a outra mensagem que o governo de Washington quer dar é a da falaciosa proteção, a mesma com que brinda a Colômbia de Álvaro Uribe. “Acho que o outro lado do processo de intimidação é dizer que os Estados Unidos protege a Colômbia de Uribe, que não é o povo cansado de guerra e desengano que quer paz”.
Mas o tenente-coronel sinaliza que a Venezuela não deve se envolver nesta operação. “O que eu acredito é que não devemos nos envolvermos nesta manobra. Não vai nos dar nenhum valor agregado a nossas forças armadas. Não se parece conosco. Temos uma nova filosofia de guerra e de forças armadas que é o povo e as forças armadas juntas para desenvolvermos econômica e socialmente, para defender nossa soberania. Isso não está dentro das estratégias desta manobra”, pontuou.
Herrera estará no Brasil participando do Fórum Social Brasileiro, que acontecerá entre os dias 20 e 23 de abril em Recife, à convite do Instituto Maurício Grabois (IMG) e da Fundação Perseu Abramo, que no sábado (22), promoverão a conferência “Por uma vitória das forças progressistas no Brasil – fator decisivo para o desenvolvimento nacional e a integração da América Latina”. Entre os participantes confirmados estão Renato Rabelo, presidente do PCdoB, e Ricardo Berzoini, presidente do PT.
Da Redação,
Mônica Simioni
Mônica Simioni
Com informações da Telesul