Equador e EUA suspendem negociações do TLC por três semanas
Os governos do Equador e dos EUA suspenderam temporariamente as negociações que mantinham sobre a possível assinatura de um Tratado de Livre Comércio (TLC). A informação é da emissora Telesul. As delegaç&ot
Publicado 05/04/2006 12:13
Segundo o jornal La Hora, também equatoriano, empresários desse país, cujos nomes não revela mas afirma que teriam seguido de perto as negociações entre o Equador e Estados Unidos, manifestaram que um negociador dos EUA disse: “Se não revogarem a Lei de Hidrocarbonetos, não haverá TLC”. Conforme La Hora, o chefe negociador equatoriano no TLC, Manuel Chiriboga, mostrou-se preocupado pela inquietude que a aprovação das reformas na Lei de Hidrocarbonetos gerou nos negociadores estadunidenses. “Há preocupação pela mudança do marco jurídico, mas as mesas de negociação não devem ser os canais para expressar ou tratar esses temas”, disse Chiriboga.
Movimentos
Diversos setores equatorianos como movimentos indígenas, camponeses, organizações de esquerda, partidos e sindicatos, entre outros, exigem o cancelamento do TLC com os Estados Unidos e denunciam que o mecanismo debilitará a economia interna do país, ao dar preferências à entrada de produtos agrícolas estadunidenses. A jornada de manifestações por todo país recomeçaram esta semana, após realizarem avaliações regionais dos doze dias de paralisações da qual participaram dezenas de milhares em março.
Sobre a criticada prisão do líder indígena, Pedro de la Cruz, o ministro equatoriano Felipe Veja disse que “seja dirigente ou cidadão comum que viole o decreto de emergência será detido e deverá enfrentar a justiça e o sistema jurídico do país”, afirmou. Segundo ele, as autoridades continuarão prendendo aqueles que alterarem a “ordem pública” e que não acatarem as regras do estado de emergência que foi decretado em cinco províncias – justamente as que possuem maior mobilização social.
Tema agrícola
Isso permite aos Estados Unidos condicionar algumas concessões que já ofereceu ou que está disposto a oferecer em outros temas, para a aceitação do Equador das condições que lhe proponha em matéria agrícola. Segundo o jornal equatoriano El Comercio, na proposta apresentada pelo Equador, a equipe negociadora do país explicitou os produtos que deseja proteger da abertura comercial, porque incluí-los no tratado teria um impacto negativo no seu setor rural e na questão do emprego. Entre estes, destacam-se o arroz, o milho e os lácteos.
De acordo com o El Comercio, o estado sul-americano pretende uma quota adicional de exportação para os Estados Unidos de 80.000 toneladas de açúcar. O jornal explica que, de acordo às fórmulas realizadas pelos Estados Unidos em outros tratados comerciais, se este país aceita um incremento na cota de exportação de açúcar, então o Equador deve aceitar a entrada de glicose de milho norte-americano.
Com agências