Folha de S. Paulo: Nossa Caixa beneficia aliados de Alckmin
Emissoras de rádio, TV e revistas de São Paulo teriam sido beneficiadas por contratos de publicidade do banco oficial Nossa Caixa com a influência de deputados estaduais da base do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), de acordo com a matéria de capa do jorn
Publicado 26/03/2006 15:24
"O governo Geraldo Alckmin (PSDB) direcionou recursos da Nossa Caixa para favorecer jornais, revistas e programas de rádio e televisão mantidos ou indicados por deputados da base aliada na Assembléia Legislativa", afirma a reportagem, de Frederico Vasconcelos.
Os deputados acusados
O jornal afirma ter obtido documentos que confirmam a interferência do Palácio dos Bandeirantes para beneficiar com anúncios e patrocínios os veículos indicados pelos deputados estaduais Edson Ferrarini (PTB), Vaz de Lima (PSDB), Afanásio Jazadji (PFL), Geralddo "Bispo Gê" Tenuta (PTB) e Wagner Salustiano (PSDB).
"A cúpula palaciana pressionou o banco oficial para patrocinar eventos da Rede Vida e da Rede Aleluia de Rádio. Autorizou a veiculação de anúncios mensais na revista Primeira Leitura, publicação criada por Luiz Carlos Mendonça de Barros, ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique Cardoso. Ele é cotado para assessorar Alckmin na área econômica. Recentemente, a Quest Investimentos, empresa de Mendonça de Barros, foi escolhida para gerir um novo fundo da Nossa Caixa", afirma a Folha.
"Banho de ética" ou ducha de água fria?
O jornal faz ironia com o recente discurso em que Alckmin prometeu dar um "banho de ética" no país. "O banho de ética anunciado pelo candidato tucano à Presidência da República torna-se uma ducha de água fria com o resultado de uma auditoria na área de publicidade da Nossa Caixa, que revela o descontrole nas contas, e com a investigação, pelo Ministério Público do Estado, a partir de denúncia anônima, sobre o uso político-partidário do banco oficial",, diz a Folha. E passa aos números:
Ao analisar 278 pagamentos da Nossa Caixa a duas agências responsáveis pela publicidade do banco, uma auditoria apontou irregularidades em 255. O valor total dos contratos gira em torno de R$ 25 milhões. O caso está sendo apurado pelo promotor de Justiça da Cidadania Sérgio Turra Sobrane.
Equipe de Alckmin nega tudo
O presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, negou o favorecimento político nos contratos de publicidade do banco. O assessor especial de Comunicação do governo do Estado, Roger Ferreira, também negou as acusações. "É absolutamente falso que os gastos em comunicação do governo do Estado de São Paulo obedeçam a quaisquer critérios que não sejam os técnicos", afirmou Ferreira, segundo o jornal paulista. os acusados negaram as irregularidades.
Mensagens eletrônicas recebidas pelo ex-gerente da Nossa Caixa Jaime Castro Júnior revelam como era feito o beneficiamento. Os e-mails mostram que as ordens partiam do assessor de Comunicação do governo, Roger Ferreira.
Com Folha de S. Paulo
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