Grupo Móvel liberta 197 neoescravizados no Tocantins
O Grupo Especial Móvel de Fiscalização, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), libertou nesta quarta-feira (22) 197 trabalhadores em situação análoga à escravidão, entre eles cinco mulheres e três menores de idade. Todos foram encontrados na fazenda C
Publicado 23/03/2006 16:37 | Editado 04/03/2020 17:23
O trabalho escravo foi flagrado quando a equipe fazia um levantamento na região. De acordo com o coordenador da equipe móvel, Humberto Célio Pereira, o proprietário da fazenda, Joaquim de Faria Daflon, é reincidente no crime. Em 2004, a fazenda Castanhal foi autuada por explorar mão-de-obra escrava.
Segundo Humberto, desde janeiro os trabalhadores estavam sendo mantidos em condições degradantes. Os barracos eram de lona preta e chão batido. Não havia água potável, nem energia elétrica. Os alimentos perecíveis já estavam em estado de decomposição e muitos trabalhadores apresentavam diarréia, com sintomas de infecção intestinal. O coordenador informou que, além de não receberem seus salários, eles tinham dívidas nas vendas da propriedade e marcas recentes de acidente de trabalho.
A fazenda Castanhal, além de permanecer com seu nome no Cadastro de Empregadores, conhecido como “lista suja”, terá que pagar cerca de R$ 130 mil em indenizações. Os trabalhadores libertos terão seus nomes inscritos no programa Bolsa Família, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), e receberão três parcelas do seguro-desemprego, no valor de um salário mínimo.
A partir de hoje (23) eles serão transportados para suas cidades de origem, nos estados do Maranhão e Piauí.
Com MTE