Ação conjunta para erradicar o trabalho escravo em Mato Grosso
Os ministros do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vannuchi, e o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, decidiram, em encontro hoje (7), desenvolver ação conjunta para erradicar, por definitiv
Publicado 08/03/2006 16:04
Em 2005, Mato Grosso ficou em segundo lugar no ranking dos estados com maior número de registros de trabalhadores em situação análoga à escravidão. Dos 159 nomes de empresas registradas na chamada “lista suja”, 19 são do MT. De 2003 a 2005, foram 28 operações, 63 fazendas fiscalizadas, 2.420 trabalhadores libertos, R$ R$ 3.611.275,28 pagos em indenizações e 1.190 altos lavrados.
No plano nacional, foram realizadas no mesmo período 220 operações, em que 647 fazendas foram fiscalizadas, 12.110 trabalhadores libertos, R$ R$ 18,5 milhões pagos em indenizações e 6.119 autos foram lavrados.
A ação conjunta decidida em Mato Grosso servirá como experiência piloto para a erradicação da exploração da mão-de-obra escrava em todo o país. A idéia é atrair, inicialmente, os segmentos produtivos da sociedade para prevenir a prática de trabalho escravo. As entidades que não fizerem parte do pacto estarão sujeitas a fiscalizações periódicas e rigorosas.
Armação na fazenda Sancara
“Agora é hora de construir uma boa agenda para potencializar as ações em andamento para a erradicação do trabalho escravo. Este é um problema residual, que há dez anos chegou a atingir cerca de 50 mil trabalhadores e hoje atinge cerca de 25 mil. Campanhas sérias podem erradicar o problema em poucos anos”, afirma Paulo de Tarso Vannuchi.
“O governo do Mato Grosso já vem colaborando para erradicação do trabalho escravo. Vamos aproveitar o acontecido de fevereiro, aqui no estado, para promover uma ação conjunta com a sociedade produtiva”, garantiu Luiz Marinho.
Marinho se referiu ao ataque sofrido, no dia 8 de fevereiro, pelo Grupo Especial Móvel de Fiscalização, recebido a tiros na fazenda Sancara/Anhanguera, no município de Nova Lacerda, no extremo oeste do estado, próximo à fronteira com a Bolívia. Os policiais militares foram chamados ao local pelos fazendeiros com a falsa denúncia de que a propriedade estaria sendo assaltada e que havia reféns. A ação apurava denúncia de trabalho escravo nas fazendas.
Com MTE