Uma jornada histórica

A grande jornada sindical do dia 28 de maio, quarta-feira, foi uma indiscutível vitória dos trabalhadores brasileiros.

Embora a grande imprensa, através de seus veículos, tendo subestimado a sua preparação procure diminuir ao máximo o seu alcance, só a foto da ponte estaiada de São Paulo cheia de trabalhadores que manifestavam (depois de paralisarem seus locais de trabalho, construções, fábricas ou escritórios) diz tudo e muito mais.


 


 


Os órgãos de divulgação do movimento sindical vão se encarregar de esclarecer todos os trabalhadores e a sociedade das verdadeiras dimensões da jornada, de suas bandeiras e de seus objetivos.


 


 


Há cinco grandes traços que definem o “ensaio geral” do dia 28.


 


 


Foi uma manifestação unitária que reuniu representações de seis centrais sindicais e de todos os trabalhadores. Quem se excluiu cometeu um erro, pois a grande jornada encarnou aspirações unânimes dos trabalhadores: redução constitucional da jornada de trabalho sem redução de salário e aprovação das convenções 151 e 158 da OIT.


 


 


Foi uma manifestação nacional que abarcou mais de 1,5 milhão de trabalhadores em todo o Brasil, capitais e interior, cidades grandes e cidades pequenas; uma ola percorreu o Brasil.


 


 


Foi uma manifestação efetiva; a tática correta de não tornar exclusivo um só tipo de manifestação garantiu essa efetividade, onde se contam greves, paralisações, passeatas, comícios, barracas em praças públicas e todo o resto.


 


 


Foi uma manifestação maciça. Em todos os lugares, com as bandeiras e os ativistas, manifestaram-se e sensibilizaram-se milhares e milhares de trabalhadores, ajudando a convencer a sociedade e o Congresso Nacional da possibilidade e da justeza das reivindicações. Tudo isso realça os mais de 2 milhões de assinaturas já recolhidas nos abaixo-assinados pró redução de jornada.


 


 


Foi uma manifestação ordeira. Com exceção de Curitiba, onde a truculência da PM tentou enfrentar os manifestantes e os atingiu com bombas de gás e balas de borracha (agressão já repudiada em notas públicas e oficiais das centrais sindicais), sempre houve a preocupação de não provocar tumultos ou constrangimentos à população.


 


 


Agora, vitoriosos na batalha, mas atentos à continuação dos combates, devemos nos preparar para a sessão no Congresso Nacional no dia 3 de junho, terça-feira próxima, onde serão apresentadas as listas de abaixo-assinado e onde se demonstrará aos deputados e senadores o desejo unânime dos trabalhadores manifestado nas ruas.


 


 


Em tempo: aqui em São Paulo, os gráficos conseguiram parar durante uma hora, as poderosas rotativas do Grupo Abril.

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